Cristianismo, breve história espiritual e política | |||||||||
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Uma religião sempre começa com uma iniciativa do mundo espiritual, seu fundador é um enviado. Seu início é o mais alto possível depois do que o movimento está à mercê da história humana com todos os conflitos imagináveis. | |||||||||
O cristianismo tem uma história singular, pois devido ao estado espiritual reinante no Império Romano há em seu nascimento um caráter de urgência e emergência ausente em outras religiões: | |||||||||
1. Jesus pregou por apenas três anos e foi condenado e morto por conflitos políticos, caso único. | |||||||||
2. A religião foi pregada em aramaico, escrita em grego e difundida em latim; sendo que estas línguas não tinham equivalentes para o conceito de pecado, para dar ideia da dificuldade. | |||||||||
3. Em todas as religiões multinacionais há expressas prescrições sobre a ordem social, podemos varrer o Novo Testamento, será em vão. Tudo teve que ser criado e improvisado no debate com o estoicismo, filosofia dominante na época. A cosmologia foi calcada no judaísmo e Agostinho legou uma antropologia bastante pessimista. | |||||||||
4. O cristianismo dos três primeiros séculos foi uma coleção desnorteante e heterogênea de movimentos, doutrinas e organizações. Restam ainda algumas evidências: as igrejas cristãs do Egito, Etiópia, Armênia, Síria e Líbano mantém suas próprias liturgias até hoje. Grupos ebionitas, nestorianos e monofisistas ainda estão atuantes. | |||||||||
5. O cristianismo se propagou inicialmente nas cidades, entre artesãos e escravos, isto levou a uma ênfase na doutrina básica em detrimento do desenvolvimento espiritual pleno. Mas em “São Paulo” podemos ver claramente a distinção de níveis (leite para as crianças, carne para os adultos). A nova religião sobreviveu graças à disposição ao martírio e à rede de solidariedade, fenômeno novo à época. [1] | |||||||||
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papiros herméticos e no desenvolvimento do neoplatonismo. É preciso ainda lembrar que a feitiçaria corria solta, a arte do envenenamento progrediu, bem como o ceticismo (Lucrécio) e os cultos orientais eram celebrados como exotismos estimulantes contra o tédio. OSatyricom de Petrônio e as Metamorfoses, de Apuleio oferecem um bom panorama.[3] | |||||||||
Quem estivesse em Roma não apostaria nem um centavo no triunfo da nova religião, oriunda dos judeus (um povo estranho e insubmisso na visão das autoridades romanas, ver Tácito, por exemplo), pregada por um homem supliciado na cruz (máxima humilhação) e propagando a igualdade (máxima heresia para os romanos). E no entanto triunfou, o que é uma evidência de ação espiritual, mas a que preço! O cristianismo foi chamado para brecar a dissolução do Império, virou uma religião de Estado no começo astronômico da era de Peixes. Seu primeiro concílio (Nicéia) foi convocado e dirigido por Constantino, e a Igreja modelou-se a partir do Estado: suas dioceses adaptavam-se às divisões administrativas do Império e a Igreja romana constitui-se (caso único) como Estado, com seu monarca, senado e burocracia. | |||||||||
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O cristianismo oriental (língua grega) teve outro destino, esteve diretamente atrelado à sorte do Império Bizantino, propagou-se pelos Balcãs em direção à Rússia, produziu teólogos notáveis (os Gregórios), uma espiritualidade profunda e ao menos um místico notável: o pseudo-Dionísio, um monge sírio que escreveu tratados sobre os mundos celestiais, com forte impacto na Europa. Em 1054, Roma e Constantinopla desentenderam-se sobre um credo teológico e questões de jurisdição, depois, no século XIII, por ocasião da quarta cruzada, os barões europeus saquearam a cidade, selando a ruptura entre as duas correntes cristãs. | |||||||||
O auge da Cristandade | |||||||||
No século XI o cristianismo estava suficientemente forte para absorver influências de outras culturas: a iniciação da cavalaria germânica, a cultura céltica no ciclo do Graal, o esoterismo islâmico nas cortes de Amor provençais. As catedrais românicas e góticas testemunham as glórias do esoterismo maçom nas suas plantas, vitrais e esculturas. Com o estímulo das Universidades apareceram intelectuais do nível de Alberto Magno, Roger Bacon, Tomás de Aquino, Lúlio; e místicos do porte de São Francisco e Eckhart, além de uma coleção incrível de místicas como Hildegard, Brígida, Juliana e Catarina de Siena. Esta exuberância foi empanada pela forma desastrada na organização das Cruzadas, no modo de combate às heresias (Inquisição e reabilitação da tortura), nos debates sobre as riquezas da Igreja (franciscanos e movimentos populares) e na leniência em relação ao antissemitismo. | |||||||||
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as reclamações dos papas quanto aos procedimentos. A burocracia das igrejas nacionais ficou cada vez mais sujeita aos reis. O Renascimento foi, na essência, um movimento de secularização e anticristão, e a Reforma só acelerou o processo com o estímulo ao individualismo e ao livre exame. | |||||||||
As igrejas reformadas foram estatizadas e as guerras religiosas mataram milhões de pessoas (1550-1650), além de atiçarem os processos contra a feitiçaria.[4] Então o processo de secularização deu um passo adiante: o núncio papal foi despachado das conversações de paz que se seguiram à Guerra dos Trinta Anos. No século XVIII, monarcas católicos expulsaram a Ordem dos Jesuítas e obtiveram do Papa sua extinção, além de fecharem mosteiros por serem dispendiosos e inúteis. A passividade do Vaticano diante deste processo foi trágica, pois quando o Iluminismo ascendeu nenhuma mediação era mais possível: a Igreja ‘infame’ defendeu o Antigo Regime até o final. | |||||||||
Enquanto isto o cristianismo oriental sofreria novo baque com a conquista turcomana de Constantinopla e o posterior assédio na Europa do leste. E, no entanto, sobreviveu; o sistema descentralizado de patriarcados mostrou-se muito útil diante desta adversidade e grupos cristãos puderam continuar sua marcha no Oriente Médio dominado por uma potência mulçumana. Estão lá até hoje e conservam suas liturgias. Neste tempo os cristãos europeus iriam iniciar sua expansão ultramarina do que resultaria um catolicismo sincrético na América Latina e uma verdadeira proliferação de igrejas reformadas nos EUA. A descoberta do Novo Mundo trouxe a primeira fenda na visão baseada na Bíblia: os ameríndios, de onde vieram, de que filho de Noé eles descendiam, tinham notícias do Dilúvio? As tentativas de evangelização no mundo islâmico e na Ásia apresentaram poucos resultados e provocaram profundos ressentimentos.[5] | |||||||||
A Igreja e as práticas esotéricas | |||||||||
O cristianismo teve que suportar outra singularidade, desta vez anômala. Conforme explicado acima, todas as religiões têm organizações para quem quer se aprofundar na espiritualidade, sem que isto encerre conflito agudo. Foi o caso da Qabbalah judaica e dos grupos sufis islâmicos que deram temas, cantos litúrgicos, pensadores e místicos amplamente reconhecidos. No cristianismo estes grupos afloraram rapidamente (séc. II), mas ao invés de trabalharem em sintonia, entraram em choque com o corpo da Igreja: repudiaram o Velho Testamento e o martírio, advogaram mulheres no sacerdócio e concorreram aos cargos hierárquicos, como o de Bispo (Valentino em Roma). Foram os grupos gnósticos, cujas doutrinas acolheram ecos de hermetismo e dos cultos dos Mistérios, num momento em que a Igreja ainda não tinha organização estabelecida e lutava tenazmente pela sobrevivência, a questão do martírio era essencial e a afirmação do livre arbítrio resultou no combate ao fatalismo imperante na época. A questão dos gnósticos voltou à tona com a descoberta dos papiros em Nag Hammadi, e outra vez os textos são tomados por biografias verídicas quando são documentos religiosos de um grupo cristão egípcio, escritos duzentos anos depois da morte de Jesus.[6] | |||||||||
Durante toda a Idade Média os camponeses continuaram com seus rituais de fertilidade e festas, vindas da mais remota antiguidade. Os padres católicos e os ministros protestantes descobriram surpresos que o mundo rural europeu tinha apenas um verniz cristão e partiram para campanhas de evangelização, a partir do sec. XVI quando usaram e abusaram do terror do inferno e da figura do diabo, a pastoral do medo.[7] Nos últimos séculos medievais, a Europa recebeu um grande fluxo de manuscritos versando sobre alquimia, magia e astrologia, vagalhão só estancado no século XVII pelas monarquias que viam nestas práticas incentivos para a rebelião política.[8] | |||||||||
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Hermes Trimegisto – Mosaico na Cadetral de Siena | |||||||||
Da magia cerimonial renascentista publicaram-se livros e artigos que preencheriam uma biblioteca. Apesar de alguns trabalhos valiosos, que estudam a conexão disto com o nascimento das modernas ciências empíricas, o essencial da coisa é perdida, pois os autores ignoram completamente a hierarquia dos saberes tradicionais, onde a magia cerimonial é um saber experimental do mundo intermediário, quer dizer ocupa um posto inferior. Além disto, agora era praticada por indivíduos solitários para aliviar as agruras da vida, em total consonância com o humanismo renascentista. Os autores renascentistas, que desde Ficino, se ocuparam com os textos herméticos não se deram conta da data de redação e muito menos do grau de iniciação que eles comportavam, com práticas meditativas insinuadas. Mas nestas alturas pouco se sabia na Europa sobre estas atividades. A abordagem da Qabbalah, por autores cristãos, também ignorava totalmente o lado prático desta corrente esotérica. Assim que o racionalismo se espalhou a partir do século XVII, a magia foi considerada uma ilusão deplorável, uma quimera insensata e uma exploração da credulidade humana. Naturalmente isto é uma tolice, a magia é perfeitamente real e possível em determinadas condições psíquicas que já eram raras no Renascimento. A feitiçaria foi declarada problema médico. É uma grande ironia que dois católicos ortodoxos (Descartes e Marsenne) tenham combatido o hermetismo renascentista e criado o moderno racionalismo mecanicista que muito colaborou para a dessacralização. | |||||||||
A astrologia teve outro destino, também foi combatida como tolice humana, mas ela estava ligada à prática da medicina, agricultura e metereologia, o que dificultou sua extinção: os calendários anuais astrológicos continuaram a ser publicados. Ademais, era uma época de grande transformação social e as preocupações sobre o destino e a fortuna eram generalizadas. O Tarô, cujos primeiros baralhos foram impressos no século XV, prosseguiu sua carreira silenciosamente e só tornou-se objeto de consideração teórica no século XVIII. | |||||||||
A Igreja romana não tentou reprimir estas manifestações, ao contrário acatou algumas: símbolos zodiacais estão presentes nas esculturas das catedrais e os herméticos também, a partir do Renascimento. O estilo greco-romano foi absorvido por toda arte visual cristã no período com total apoio papal: uma verdadeira revolução acontecia com a cumplicidade do Vaticano, pois apesar da temática religiosa esta arte visual dessacralizava o mundo.[9] A passividade da Igreja era grande e isto se refletiu na vida intelectual: nem sombra dos grandes intelectuais cristãos dos séculos XII e XIII. Mesmo no aspecto místico ocorreu um declínio, San Juan de La Cruz e Teresa D’Ávila foram os últimos no século XVII. Daí em diante a Igreja esteve intelectualmente na defensiva, tratando a Bíblia como depositária de ensinamentos astronômicos, históricos, geológicos etc. Foi o caminho para um conflito com as nascentes ciências empíricas que provocou mais confusão e isolou a Igreja dos intelectuais laicos. A partir do final do século XVIII o mundo ocidental foi moldado totalmente por forças seculares: liberais, positivistas e toda gama de socialistas. | |||||||||
O cristianismo estava completamente despreparado para o mundo moderno oriundo da revolução industrial e do Estado laico. Finalmente ganhava independência, mas penou um bocado: a urbanização acelerada encontrou a Igreja com poucos sacerdotes, ideologias laicas antagônicas (liberalismo, socialismo e anarquismo) repudiaram sua presença. As congregações (marianas, sagrado coração) foram essenciais, pois a frequência aos cultos e sacramentos caíra muito no sec. XIX. Batalhas amargas sucederam-se pelo controle da educação primária. As visões de Anna Emmerich e as aparições da Virgem em Lourdes deram fôlego à devoção. No século XX, a Igreja finalmente se deu conta de que o Antigo Regime estava destruído e não havia volta: teria que aprender a atuar num mundo já secularizado, o que foi tema essencial no Concílio Vaticano II, na década de 1960. | |||||||||
Os ataques à religião cristã | |||||||||
Há um campo do saber que produziu toneladas de papel impresso, o campo dos estudos bíblicos. Por ironia ele teve seu início com um livro de um padre oratoriano, Richard Simon, que lançou em 1678 o livro “História crítica do Velho Testamento”, onde constatava que os textos sagrados estavam repletos de contradições e repetições, sendo resultado do trabalho de vários autores em diferentes épocas. Ainda estamos nisto, e os escribas modernos debatem se a passagem X é de origem javista, eloísta ou sacerdotal. Uma leitura literal e naturalista dos textos é um contrassenso e quem insistir nisto achará muitas contradições. Assim, a história da Criação é repetida no segundo capítulo do Bereshit (Gênesis) e o nome de Deus muda, Elohim no primeiro e Iaveh no segundo. Veem aí uma acomodação entre dois relatos diferentes, mas não é nada disto: são dois mundos diferentes! O primeiro é Beriah (espiritual) e o segundo refere-se à Yetzirah (formação, psíquico), daí a mudança do nome divino. Quanto às repetições, os autores modernos parecem ignorar que os textos eram entoados de forma detalhada, as repetições fazem o papel de refrão e que o som tem qualidades psíquicas fundamentais. Somente uma leitura espiritual resolve estas dificuldades e teria evitado polêmicas desnecessárias. O livro de Simom fez parte de um grande movimento tentando tornar o cristianismo racional, isto é, expurgá-lo de todo o mistério. No século XVIII a luta tornou-se abertamente política na França, com Voltaire e os enciclopedistas. | |||||||||
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O resultado deste declínio religioso foram as matanças e horrores da primeira metade do século XX. Naturalmente os iluministas repudiam tal conexão, mas de que outro jeito explicar a recaída na barbárie? Novamente aqui os intelectuais cristãos brilharam pela ausência, e o assunto foi tratado por um grande poeta cristão, T. S. Eliot, em cuja obra a modernidade e suas ruínas são claramente tratadas como frutos do declínio religioso. Nada que pudesse se equiparar ao trabalho de De Maistre, um século antes. Entre os autores esotéricos destacou-se Rudolf Steiner que viu e promoveu a singularidade do cristianismo. | |||||||||
Os Evangelhos são textos religiosos e dão escassas informações biográficas sobre Jesus. A medida que o individualismo prosperou e o interesse por novelas aumentou, as perguntas apareceram: como foi a infância de Jesus, e a adolescência? Esteve ligado a grupos religiosos? Como se isto tivesse qualquer importância para o entendimento da doutrina pregada. A curiosidade não é de hoje, pois escritos apócrifos muito antigos já abordavam estas questões. Na ausência de documentos os contemporâneos deram tratos à bola e criaram biografias fantasiosas, especialmente a partir da década de 1970, quando foi lançado o livro “Jesus viveu na Índia”, do teólogo alemão Holger Kersten. Ele observou certas semelhanças na vida de um cultuado guru indiano, Issa, cujo túmulo encontra-se em Caxemira e deduziu que Jesus teria sobrevivido à crucificação e terminado a vida na Índia. Se ele tivesse se dado ao trabalho de ler uma História das Religiões veria imediatamente que há um número grande de arquétipos na vida dos deuses, heróis e salvadores. Depois disto, muitos livros e filmes abordaram o assunto e em todos sempre o mesmo objetivo: humanizar Jesus, esquecendo a questão espiritual. | |||||||||
Diante da avalanche de ceticismo, baseada em controvérsias científicas, alguns cristãos levantaram dinheiro em fundações para achar Sodoma e Gomorra no mar Morto, vestígios da passagem judaica no Sinai, os restos da arca de Noé no monte Ararat, o Jardim do Éden no Iraque, o lugar onde João Batista pregava e batizava no Rio Jordão, as casas dos apóstolos, etc. Sem notarem que isto é o triunfo completo do materialismo. Não vemos judeus, mulçumanos ou budistas fazendo isto. A TV a cabo está repleta de documentários tentando provar que esta ou aquela passagem da Bíblia está correta, que aconteceu verdadeiramente. Quem assim pensa e se preocupa já não entende que estes textos não são historiografia e biografia: muito mais importante que verificar a realidade dos fatos do livro do Êxodo, é compreender que se trata do relato de uma grande iniciação: deixar a escravidão para ir à Terra prometida, há aí dezenas de sentidos alegóricos. O mesmo pode ser dito a propósito das parábolas de Jesus que são tomadas apenas num sentido moral, quando na realidade vão muito além. | |||||||||
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Procura de vestígios da passagem judaica no Sinai. | |||||||||
Ao insistir nos cultos e na moral e deixar a doutrina espiritual ao relento, os cristãos viram seus contemporâneos e conterrâneos cada vez mais interessados nas religiões orientais e seus esoterismos. Desde o Renascimento muitos europeus se dedicaram a ler, reler e espremer manuscritos de tradições mortas na esperança de preencher um vazio. O que resultou disto foi um bazar esotérico sincrético, onde cada um faz o arranjo que lhe convém, e cujos resultados não são muito promissores. Mesmo o transplante de tradições vivas é sempre complicado: o budismo tibetano é esplendoroso, resultado de séculos de história envolvendo um modo de vida, uma língua, uma culinária, enfim, uma cultura que não é possível transplantar para outros lugares. Agora temos uma doutrina védica anódina para ocidentais e taoísmo para executivos. | |||||||||
Numa era de comunicações de massa, os cristãos tentaram uma atualização problemática com pastores televangélicos patrocinando shows de milagres e teologias de prosperidade para os mais desamparados. A onda propagou-se para a América Latina no vácuo criado pela abolição da Teologia da libertação e das comunidades eclesiais de base, e agora o movimento ruma à África. Os católicos debatem-se com pedofilia em suas próprias fileiras, com a ascensão do movimento gay, métodos contraceptivos, novidades em biotecnologia e outros fenômenos da modernidade. Os cristãos orientais, minoria no Oriente Médio, sofrem em meio ao tumulto dos conflitos da área e se transformam em bodes expiatórios. | |||||||||
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claro na famosa passagem da conversa com Nicodemos sobre a questão dos dois batismos. Nossos amigos espíritas interpretaram equivocadamente a referida passagem como alusão à reencarnação, quem conhece um pouco da história das correntes iniciáticas de então, não tem nenhuma dúvida. Houve um ensinamento especial e diferenciado no início para os mais próximos discípulos, os textos mostram; São Paulo, Clemente e outros atestam. Para vencer o secularismo da modernidade é preciso oferecer alimento sólido e é bom se apressar, pois se a profecia de São Malaquias for real restam somente dois papas antes da crise. | |||||||||
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QUEM SOU EU...
- JOYCE LIBBYR
- São Paulo, SP, Brazil
- SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...
BEM VINDOS!!!!!!
Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.
26 janeiro, 2012
CRISTIANISMO, BREVE HISTÓRIA...
09 janeiro, 2012
ANNA PAVLOVA
Anna Pavlova А́нна Па́вловна Матве́евна Па́влова | |
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Anna na peça A filha do Faraó (1910) | |
Nome completo | Anna Pavlovna Matveïevna Pavlova |
Nascimento | 12 de Fevereiro de 1881 São Petersburgo ![]() |
Morte | 23 de janeiro de 1931 (49 anos) Haia, Holanda do Sul ![]() |
Ocupação | bailarina |
Anna Matveievna Pavlova foi uma bailarina russa, nascida em São Petersburgo, a 31 de janeiro (segundo o calendário juliano) ou a 12 de fevereiro(pelo calendário gregoriano) de 1881 e falecida na Haia, em 23 de janeiro de1931. De talento e carisma excepcionais, fascinou o mundo da dança no fim doséculo XIX e na primeira metade do século XX. Seu extraordinário talento e suas interpretações extremamente pessoais deram um novo sentido ao balé clássico. Também era conhecida como Anna Pavlovna Pavlova.
Biografia
Nascida de mãe solteira, no seio de uma família de camponeses pobres, não gostava de falar de seu pai, afirmando que ele morreu quando tinha dois anos de idade. Os historiadores afirmam que ele era um soldado judeu quando do seu nascimento e mais tarde um comerciante. Aos oito anos, como presente de aniversário, sua mãe a leva para assistir ao espetáculo de balé:"A Bela Adormecida" no teatro Mariinsky. Emocionou-se tanto, que decidiu a partir daquele dia se dedicar à dança.
Tentou então ingressar na Escola Imperial de Balé de São Petersburgo, mas foi rejeitada devido a sua tenra idade e baixa estatura. Em 1891, aos dez anos, conseguiu ingressar na academia. Desde cedo, revelou um grande talento para a dança clássica.
Em sua formação, teve aulas com os mais famosos professores da época: Pavel Gerdt, Christian Johansson, Ekaterina Vazem, Nikolai Legat.
Graduou-se em 1899 aos dezoito anos de idade. Em seguida, ingressou no corpo de balé do "Balé Imperial Russo" de São Petersburgo. Era o começo de sua carreira de sucesso. Seu palco nesta época era o teatro Mariinsky.
Carismática, caiu no gosto do Maestro Marius Ivanovich Petipa, galgando rapidamente posições de destaque entre as bailarinas: em 1902 era segunda solista; em 1905 "Première Danseuse" e finalmente em 1906 "Prima Ballerina".
No final do século XIX o ideal da bailarina era ter corpo compacto e musculoso, para poder atender aos requisitos de técnica e performance nas danças. Anna Pavlova mudou esta visão. Por sua figura feminina, graciosa e delicada e por seu modo personalíssimo de dançar (tinha um jeito especial de executar o "En Pointe", que na época causou polêmica, mas que com o passar do tempo tornou-se padrão), começou a ganhar destaque nos balés em que atuava e a arrebanhar fãs entusiastas. Para a legião de fãs ela era a Pavlovtzi.
Em 1908 estreou em Paris, no Théâtre du Châtelet, com o Ballets Russes de Serguei Diaghilev. De 1908 a 1911, apresentou-se com a companhia de Diaghilev, passando a dividir o seu tempo profissional entre as turnês e as apresentações no teatro Mariinsky.
Em 1913 larga o "Balé Imperial" e passa a se apresentar por sua própria conta, empresariada por Victor d'Andre.
Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, ela deixou a Rússia definitivamente e se mudou para Londres, fixando residência na casa que adquirira em 1912, denominada "Ivy House".
Durante a guerra excursionou com frequência nos EUA e na América do Sul, tendo apresentado-se em 1918 no Teatro da Paz emBelém do Pará. Também esteve na Ásia, Oriente e África do Sul.
Dançou para reis, rainhas e imperadores de toda a europa. Sarah Bernhardt e Isadora Duncan eram suas admiradoras.
Na década de 1920 apresenta-se no Teatro Municipal de São Paulo e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1924, casa-se com Victor d'Andre, seu empresário.
No período de natal de 1930, Pavlova tira três semanas de descanso de uma turnê que realizava pela europa. Na volta ao trabalho, próximo de A Haia na Holanda, o trem em que estava foi obrigado a parar devido a um acidente ocorrido próximo à linha. Curiosa, desceu para ver o que havia acontecido vestindo roupas muito leves para o tempo que fazia (um fino casaco sobre uma camisola de seda) e caminhando pela neve. Dias mais tarde, é acometida de forte pneumonia. Após breve sofrimento, morre de pleuris no dia 23 de janeiro de 1931, no auge da fama e próximo de completar cinqüenta anos. Segundo testemunhas, suas últimas palavras após pedir para que lhe preparassem o seu traje de "A Morte do Cisne" foi: "Execute o último compasso bem suave".
A Bailarina
Após ser admitida no corpo de balé do "Balé Imperial Russo" de São Petersburgo, passa a galgar posições de destaque nos espetáculos do teatro Mariinsky muito rapidamente. Expressiva e carismática, conquistava grande legião de admiradores a cada espetáculo. Seu físico delicado e gracioso era bem apropriado para os papéis românticos dos balés, e isso foi percebido pelos coreógrafos. Seu primeiro sucesso e que passou a ser sua marca registrada, é o solo de "A Morte do Cisne", apresentada em 1905, no teatro Mariinsky, com música de Cammille Saint-Säens e coreografia de Mikhail Fokine . Também é sucesso em "Giselle" com música deAdolphe Adam e coreografia de Marius Petipa, apresentada em 1906 no mesmo teatro.
No dia 6 de janeiro de 1908, realiza o seu sonho de infância e dança no teatro Mariinsky, no papel de Princesa Aurora, o balé A Bela Adormecida pela primeira vez.
No Ballets Russes apresentou-se no teatro Chatelet, em Paris, em julho de 1909, tendo por parceiro o grande bailarino Vaslav Nijinsky no balé Les Sylphides. Também nesta temporada dança no balé Cleópatra, tendo como parceiro Mikhail Fokine.
Em fevereiro de 1910, apresenta-se no Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, no balé Coppelia, tendo como parceiro Mikhail Mordkin. Era a primeira vez que se apresentava nos EUA.
Em 1911, apresentou-se pela última vez no Ballets Russes, desta vez em uma temporada em Londres. Mais uma vez teve como parceiro Vaslav Nijinky. Após esta temporada ela nunca mais dançaria com ele.
No dia 24 de fevereiro de 1913, ela apresentou-se pela última vez no teatro Mariinsky, no balé La Bayadere.
A partir de 1913, rompeu seu vínculo com o Imperial Ballet de São Petersburgo, e passou a excursionar pelo mundo com companhia própria até a sua morte em 1931.
Em suas vindas ao Brasil, ela apresentou-se nestes grandes teatros: Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Teatro Municipal de São Paulo e Theatro da Paz (Belém, Pará).
O seu repertório era clássico, convencional, mas gostava de incluir números de danças étnicas. Os seus excertos e adaptações dos balés clássicos encantavam as platéias para quem se apresentava.
Anna Pavlova, por meio de suas turnês ao redor do mundo, e também por sua figura carismática e singular, tornou o balé popular por onde passava, sendo responsável por inúmeras novas bailarinas; moças que após a verem dançar se decidiam a também fazê-lo.
Durante sua carreira, Anna Pavlova viajou cerca de quinhentas mil milhas, dançando em 3.650 espetáculos e participando de mais de dois mil ensaios]
Frases
- "Deus dá o talento, mas é o trabalho que transforma o talento em gênio."
- "Embora alguém possa falhar em encontrar a felicidade na vida teatral, ninguém desiste depois de já ter uma vez provado de seus frutos."
- "O sucesso depende em grande parte de iniciativa pessoal e esforço, e não pode ser adquirido exceto à força de trabalho."
ARTE CEMITERIAL: E POR FALAR EM SAUDADE......
ARTE CEMITERIAL
Na era Vitoriana, as pessoas fotografavam os mortos, porque acreditavam que assim seguravam a alma na fotografia. Isto era comum, existindo inclusive o álbum dos mortos.
No Brasil, isto acontecia, porque os fotógrafos só existiam nas grandes capitais, fazendo que com isto as fotos se tornassem muito caras, então os fotógrafos eram chamados nas pequenas cidades em casos extremos, no caso a morte.
A morte sempre serviu de inspiração para a arte em suas várias expressões. Foi tema recorrente em várias salas da XXII Bienal Internacional de São Paulo.
No Brasil, isto acontecia, porque os fotógrafos só existiam nas grandes capitais, fazendo que com isto as fotos se tornassem muito caras, então os fotógrafos eram chamados nas pequenas cidades em casos extremos, no caso a morte.
A morte sempre serviu de inspiração para a arte em suas várias expressões. Foi tema recorrente em várias salas da XXII Bienal Internacional de São Paulo.

O tema morte sempre esteve presente na criação artística, quase sempre com o fito de celebrar a figura do morto. E fiéis às tradições de “parusia” de quaisquer naturezas, até fins do século XIX o tema da morte, fossem as execuções dos mártires ou os “passamentos” dos beatos, sempre foram tratados com assepsia. Não havia, não deveria haver sofrimentos expressos. Ao contrário, deveria ser mostrada a paz, á hora da morte-passagem: ”Se eu andar por entre as sombras da morte, não temerei o mal, porque estais comigo, Senhor”. E a igreja foi e tem sido zelosa guardiã desta tradição. Mas não só o cristianismo se pauta pela tradição da parusia. É sabido que também junto aos povos pré-hispânicos vigorava esta idéia-esperança: Para os povos pré-hispânicos, a morte tinha um sentido transitório e ritualístico. Considerava-se que a vida e a morte eram dois aspectos de uma mesma realidade. Os mortos simplesmente vivem em outra dimensão, de onde com a ajuda dos deuses, renascera a vida. (‘A festa dos mortos - Javier Peres Siller - Correio da Unesco - ano 18, n.º 2’).

No final do século XVII, aconteceu um fenômeno curioso no mundo todo. Por medida sanitária, os sepultamentos passam a realizarem-se em áreas abertas, nos chamados campos-santos ou cemitério secularizados.
Isto já não é novidade. Japoneses, chineses, judeus e outros povos já traziam tradicionalizada à inumação a céu aberto. Os protestantes também, em muitos países. A mudança afetou os povos de predominância católica. No Brasil, o enterro fora da igreja era reservado aos católicos protestantes, judeus, mulçumanos, escravos e condenados, até que por lei, inspirada na correlação que se fez entre a transmissão de doenças e miasmas concentrados nas naves e criptas, instalou-se os campos de sepultamento ensolarados. A simplicidade dos padrões tradicionais e primitivos continuou caracterizando a sepultura coletiva enquanto surgiu e se desenvolveu, espantosamente, o fausto e a arrogância tumularia. Portanto, a verdadeira razão da grande mudança de atitude e gosto já existia a longos tempos no anseio de monumentalizar-se perante a comunidade. Era e sempre foi o desejo do abastado distinguir-se através de uma marca perene, de um objeto de consagração- o túmulo- pela tradição de comparar-se aos grandes personagens da história, sem cerimônia, incluindo os soberanos, os faraós, os reis, os papas, que mereceram sepulcros diferentes dos demais.
Há de fato túmulos monumentais de papas de acordo com a pompa de cada época, contudo sempre integrados à construção da igreja. Há papas que não restaram por virtudes e sim ela eventualidade do valor artístico ou monumental de seus túmulos.
De qualquer modo, erigia-se a igreja como bem pública, integrada ao uso coletivo, e nela se fazia a sepultura do deu doador benfeitor...
A arte tumularia varia com a data, acompanha cada estilo de época, de região, e jamais sonega o caráter, a espiritualidade do meio em que ocorre. Sob tal prisma, isto é, tomando-se a arte tumularia como representativa desses atributos podemos entender as estruturas sociais e culturais dos meios, mesmo quando restrita a uma parcela da população.
Aliás, tal restrição relaciona-se diretamente com o tipo de economia da sociedade, estando deste modo à arte cemiterial condicionada a fatores de caráter sociológico, econômico e cultural
QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2011
LIVROS DOS MORTOS











UMA PEQUENA AMOSTRA DA MINHA COLEÇÃO. COM O DEVIDO TEMPO VOU POSTANDO MAIS .
ESTAS FOTOS COSTUMAM SER MUITO ANTIGAS "ÉPOCA VITORIANA" QUANDO AS PESSOAS ACREDITAVAM QUE FOTOGRAFANDO OS MORTOS RETINHAM ASSIM SUAS ALMAS.]
AQUI NO BRASIL O PROBLEMA ERA O FOTÓGRAFO, QUE SÓ EXISTIA NAS GRANDES CAPITAIS ENTÃO AS PESSOAS COSTUMAVAM CHAMAR UM, PARA FICAR COM UM RECORDAÇÃO DO FALECIDO [A]

Quiseste tanta ver-me e ter-me aqui presente,
Ouvir minha voz e contemplar-me o aspecto.
Aqui estou!
Postado por MARTHA THORMAN VON MADERS à
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