PENSAMENTOS, DEVANEIOS E INQUIETAÇÕES

CRÔNICAS DO COTIDIANO, DO PONTO DE VISTA FEMININO,ARTÍSTICO, FILOSÓFICO, EMOCIONAL E SOCIOLÓGICO.

QUEM SOU EU...

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São Paulo, SP, Brazil
SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...

BEM VINDOS!!!!!!

Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.

05 novembro, 2011

AS MULHERES NO CANGAÇO


No princípio, e por muito tempo de sua existência, o cangaço, pela brutalidade que o envolvia, era um mundo único e exclusivo dos homens, sobretudo homens destemidos. A mulher era figura descartada nesse meio. Quase todos os grandes cangaceiros que atuaram antes de Lampião tiveram mulheres e filhos, porém, as "esposas" não acompanhavam seus "maridos".
A mulher permanecia sempre em um lugar fixo e com a identidade resguardada, esperando que um dia pudesse ver, mesmo que só por alguns minutos, seus amores guerreiros.
Para alguns cangaceiros a entrada das mulheres nos bandos foi vista como a decadência e desgraça do cangaço; para outros, as mulheres vieram aplacar a fúria assassina e o desejo sexual disforme que tanto feriu e humilhou as famílias nordestinas. Com a chegada e a permanência feminina, os cangaceiros adquiriram mais respeito com as mulheres, diminuindo consideravelmente os terríveis estupros.
O cangaceiro Sebastião Pereira da Silva, o famoso Sinhô Pereira, único cangaceiro que chefiou Lampião, fez a seguinte declaração: "Eu fiquei muito admirado quando soube que Lampião havia consentindo que mulheres ingressassem no cangaço. Eu nunca permiti, nem permitiria. Afinal, o padre Cícero tinha profetizado: Lampião será invencível enquanto não houver mulher no seu bando".
Já o ex-cangaceiro Balão declarou em uma entrevista para o jornal Estado de São Paulo que, enquanto não apareceu mulher no cangaço o cangaceiro brigava até enjoar. Depois disso, os mesmos passaram a evitar os tiroteios e os bandos batiam logo em retirada para que fosse resguardada a integridade física das companheiras. As mulheres tinham a resistência e a valentia dos homens, mas, muitas vezes, atrapalhavam nas fugas e andanças por ficarem doentes ou grávidas.Neno Canuto
Exposição em Paulo Afonso sobre Maria Bonita e a interferência feminina entre os cangaceiros.
Apesar de todos esses contratempos, a mulher conseguiu transpor as barreiras impeditivas que as afastavam do cangaço. A pessoa de Maria Gomes de Oliveira, primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros e por ser a companheira do chefe supremo do bando, coube-lhe a alcunha de "Rainha do Cangaço".
Com a entrada de Maria Gomes, tantas outras Marias seguiram as estradas desconhecidas do cangaceirismo, tais como Mariquinha (de Ângelo Roque), Lídia (de Zé Baiano), Adília (de Canário), Catarina (de Nevoeiro), Nenê (de Luiz Pedro), Naninha (de Gavião), Durvinha (de Moreno), Sila (de Zé Sereno), Inacinha (de Gato), Aristéia (de Catingueira), Dulce (de Criança), Maria (de Juriti) e Maria (de Pancada).
Os fatores que levaram tantas mulheres a seguirem esse modo vivendis precisam urgente de uma nova análise histórica; uma nova busca nas fontes e informações das pessoas que viveram aquele conturbado período; um tempo de luta e tristeza, tudo acontecido nos carrascais do nosso Sertão nordestino.
JOÃO DE SOUZA
* Historiador

RITOS DA MENSTRUAÇÃO

A ARTE DE MENSTRUAR




O que define uma mulher? Muitas respostas poderiam ser dadas a esta pergunta, mas o que caracteristicamente a define é o fato de que mulher menstrua. E em sua condição plena, ela menstrua regularmente, expressão redundante, pois a palavra menstruação, que significa, literalmente, ‘mudança de lua’, tem como sílaba-raiz mens, mensis, a medida, origem da contagem do tempo, i.é., da regularidade.

A sílaba latina mens forma palavras como medida, dimensão metro, mente, para citar algumas. No sânscrito, a sílaba original era ma, de mãe, mana. Na Suméria, os princípios organizadores do mundo, atributos da deusa Inana, eram os me, sílaba contida no nome de muitas deusas, como Medéia, Medusa, Nêmesis e Deméter.

Para as mulheres da Idade da Pedra, o sangue menstrual era sagrado. É provável que a palavra sacramento se origine de sacer mens, literalmente, menstruação sagrada. Um ritual exclusivamente feminino, conhecido pelos gregos como Thesmophoria, mas cuja origem se perde no tempo, era realizado anualmente no período da semeadura. As mulheres que tinham atingido a idade do sangramento se reuniam num campo sagrado, e ao primeiro sinal do fluxo menstrual, elas desciam por uma fenda para levar sua oferenda às Cobras, as grandes divindades primárias do mundo profundo, que representam o poder regenerador na terra, no campo e no corpo das mulheres. Ofereciam o melhor leitão da ninhada, cuja carne apodrecida junto ao sangue menstrual era misturada às sementes, que então eram enterradas no campo sagrado, para promover e propiciar uma colheita abundante.

Os antigos ritos de menstruação hindus estão relacionados com Vajravarahi, literalmente ‘Porca de Diamante’, a deusa que rege as divindades femininas iradas, que dançam o campo energético do ciclo menstrual. Ela é a dançante Dakini vermelha, filha da Deusa Primal do Oceano de Sangue, mais tarde denominado de Soma.

Representando o fluido da vida, o sangue menstrual sempre foi considerado tabu, palavra polinésia que significa ‘sagrado’ e que foi interpretada pelos antropólogos como sendo ‘proibido’. De fato, o sangue menstrual, como o poder de criar vida que conecta as mulheres com o próprio universo, era tabu, isto é, sagrado e portanto proibido àqueles que não menstruassem, como era o caso dos primeiros antropólogos homens.

No mais esotérico dos rituais tântricos, o Yoni Puja, os sucos liberados pela cópula eram misturados com vinho e partilhados pela congregação. O mais poderoso de todos os sucos era aquele obtido quando a yogini estava menstruando.
Ao longo dos milênios, as mulheres têm desaprendido a arte de menstruar, de fluir com a vida. Nas sociedades tribais, a menarca, o início do fluir do sangue, era celebrada com um rito de passagem, auxiliando a menina a realizar sua entrada para o reino do mana: o poder sagrado transmitido pelo sangue e que tanto podia dar como tirar a vida. Além de apaziguar o poder destruidor, o rito tinha como função auxiliar a menina a entender sua condição física e sua relação com a função procriadora da natureza. Ainda uma criança em espírito e condição social, a partir de suas regras, a jovem deve assumir o comando de sua vida. Sem ritos de passagem, o que temos para oferecer às nossas meninas, que as ajude a transformar e assumir sua nova identidade?

Ao longo do processo civilizatório, a menstruação foi sendo depreciada, relegada, virando tabu. O que era sagrado tornou-se proibido, sujo, contaminado. A regra passou a ser esconder a regra. O resultado disto foi que o evento central na vida de toda mulher madura tornou-se invisível. Ironicamente, retorna à visibilidade para se tornar um negócio milionário, o dos absorventes ditos ‘higiênicos’, mas que continua a reforçar a idéia de que o sangue menstrual é ‘sujo’. O apelo maior da propaganda de absorventes é tornar a menstruação invisível. Promete que usar tal ou qual marca de absorvente possibilita à mulher levar a vida como se nada estivesse acontecendo em seu corpo. Descaracteriza-a como mulher, negando sua característica mais distintiva.

Devemos abolir os absorventes? É claro que não, pois não vivemos na Idade da Pedra. Mas talvez devêssemos nos espelhar no exemplo das índias andinas, que simplesmente se agacham e deixam seu sangue fluir para a terra. Impossibilitadas de agir assim numa terra coberta de asfalto, podemos, contudo, transformar esta prática num ritual. É importante para as mulheres recuperarem o sentido sagrado do fato biológico central em suas vidas. Pois, ainda hoje, a maioria das mulheres ‘liberadas’ acredita que suas regras (aquilo que as rege) é uma inconveniência que, se possível, deveria ser eliminada. Se formos capazes de romper com esta crença, talvez possamos desvincular o feminino da idéia de fragilidade e instabilidade. A decantada imprevisibilidade feminina é, em grande parte, decorrente das oscilações a que a mulher está submetida, ao longo de seu ciclo mensal. É a expressão da imprevisibilidade da própria vida.

O ciclo hormonal feminino apresenta dois pontos culminantes: a ovulação e a menstruação. O polo branco da ovulação, chamado muitas vezes de rio da vida, é o polo ovariano, procriativo, momento do ciclo em que, biologicamente, a mulher se coloca plenamente a serviço da espécie. O polo vermelho da menstruação, também chamado de rio da morte, é o polo uterino, quando a mulher se volta para si mesma. Ou pelo menos deveria, pois a arte de menstruar, a habilidade de fluir com a vida, é o momento em que somos chamadas para dentro, a fim de curarmos a nós mesmas.

Desprezada e negligenciada, não é de estranhar que a menstruação revide. A TPM (Tensão entre Patriarcado e Menstruação) é a expressão do conflito que nós mulheres vivemos, entre voltarmo-nos para o acontecimento sagrado dentro de nós ou atender à demanda do mundo externo. O período menstrual nos torna mais sensíveis, captando os acontecimentos em torno de nós através de uma lente de aumento e reagimos de acordo. Se aprendermos a respeitar o movimento energético que acontece em nosso interior, poderemos usar esta sensibilidade de um modo mais significativo e reverter a depreciação a que o sangramento foi submetido, recuperando sua sacralidade.

Como mulheres modernas, inseridas num mundo que funciona de acordo com os valores masculinos, nem sempre podemos nos recolher na cabana de menstruação, como faziam nossas antecessoras, onde descansavam e partilhavam suas experiências. Mas podemos reduzir nossas atividades ao mínimo, deixando para outro momento algumas delas. Também podemos nos recolher para dentro de nós, enquanto executamos as atividades diárias que nos competem. Depois de cumpridas as tarefas, podemos nos retirar para um lugar tranqüilo e prestar atenção ao que acontece no nosso útero, observar as sensações e os sentimentos, os sonhos que emergem. O período menstrual é o momento em que podemos aprender mais a nosso respeito e curar nossas feridas. Assim reverenciada, a arte de menstruar pode ser recuperada, possibilitando uma vida mais plena e feliz como mulher. 
Fonte: Caldeirão


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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA

A Lenda da Conversão

Em uma visão, Catarina foi transportada para o céu, encontrou-se com o menino Jesus e a Virgem Maria e, em êxtase, casou-se misticamente com Cristo, convertendo-se ao cristianismo. Ela tinha, na época, 18 anos de idade.


A Lenda da Condenação

Foi então à "presença do imperador romano Maximino, que perseguia violentamente os cristãos, censurando-o por sua crueldade. Apontou a limitação do imperador, por crer em falsos deuses, e afirmou que seu Deus era o único realmente vivo e o seu Rei era Jesus Cristo".
O imperador, segundo a lenda, "mandou prende-la no cárcere, até que viessem os 50 maiores sábios do mundo, e a humilhassem quanto à sua argumentação aparentemente simples".
Quando chegaram, "os sábios riram-se do imperador, por tê-los convocado para contra-argumentar com uma simples garota. Porém o imperador os advertiu que, se conseguissem convencê-la, ele os presentearia com os melhores bens do mundo, mas se não conseguissem, ele os condenaria à morte". Catarina, segundo versão da lenda, "foi tão plenamente sábia nas suas colocações e argumentos que mesmo diante desta ameaça, os sábios não conseguiram convertê-la aos ídolos. Pelo contrário, vencidos pela eloqüência de Catarina, converteram-se ao cristianismo". Frustrado, "o imperador mandou prender e torturar Catarina na masmorra. Visitada na prisão pela esposa do imperador e pelo chefe de sua guarda, Catarina os converteu, fazendo o mesmo com inúmeros soldados." Mais enfurecido ainda, o "imperador mandou assassinar os sábios e sua esposa, lançou os guardas aos leões no Coliseu" e condenou a Santa à morte lenta na "roda com lâminas", instrumento de tortura que mutilava e causava grande sofrimento. Dizem os relatos mitológicos que a "roda explodiu, ou pelo toque de Catarina ou pela intervenção dos anjos". Ao determinar sua execução, "apareceu-lhe o Arcanjo Miguel para confortá-la e Catarina rezou a Cristo" suplicando que "em nome do seu martírio Deus ouvisse as orações de todos aqueles que a ele recorressem e tudo obtivessem por sua intercessão". Por fim, "Catarina de Alexandria morreu decapitada e conta a lenda que ao invés de sangue saiu leite e por isso as mães que amamentam recorrem também a sua intercessão".
A lenda diz ainda que o corpo de Catarina desapareceu milagrosamente, sendo transportado por anjos para o topo de Jebel Katerina, o pico mais alto da península do Sinai. Três séculos mais tarde, o seu corpo, supostamente incorrupto, foi encontrado por monges e levado para o Mosteiro da Transfiguração, onde algumas das suas relíquias e o seu nome ficaram até hoje.
Histórias narram que foi ouvindo a voz de Santa Catarina que Joana d'Arc encontrou a espada, que usaria em sua missão e mudaria a história da França. Junto de "Santa Margarida e do Arcanjo São Miguel, era uma das vozes que falavam com ela e a instruíram na sua missão de salvar a França".
Santa Catarina é considerada padroeira dos estudantes, filósofos e professores e também invocada pelos que trabalham com rodas e contra acidentes de trabalho. No Brasil, é a padroeira principal do Estado e da Ilha de Santa Catarina e co-padroeira da Catedral metropolitana de Florianópolis.


A Controvérsia

Historiadores e pesquisadores de tendência positivista acreditam que Catarina, muito provavelmente, possa não ter, sequer, existido de fato. Para eles a ausência de documentos históricos e o aspecto lendário e até absurdo de sua mitológica vida levam a crer que ela representa um ideal, talvez a versão cristã da filósofa Hipátia de Alexandria, cuja biografia apresenta exatamente os mesmos elementos da lenda de Catarina.
Em 1969, a Igreja Católica eliminou do Calendário Litúrgico Universal a celebração do dia 25 de novembro, em memória de seu martírio, em função da falta de evidências históricas de sua existência. Essa retirada foi mal interpretada como uma cassação, pois Santa Catarina de Alexandria continua a ser legitimamente venerada nos calendários particulares das dioceses e paróquias. As razões da atual revisão histórica são: a) a descoberta de afrescos dos séculos IX e VIII, em Roma e Nápolis, com a identificação de seu nome Ekaterina; b) diante dessa descoberta hoje não é mais possível afirmar que seu culto começou apenas à época dos cruzados; c) devemos salientar o princípio de que não é o documento que está na origem do culto e que não parece científico negar sua historicidade a partir do argumento de escacez documentária; d) devemos também frisar a distinção hermanêutica entre o núcleo histórico e legendário nas narrativas; e) por fim, é mister refletir que entre as mártires de historicidade comprovada na perseguição de Maximino, a Tradição cristã, por circunstâncias não bem esclarecidas, pouco a pouco declinou o nome Catarina.


WIKIPEDIA

DANÇA DO VENTRE


dança do ventre é uma famosa dança praticada originalmente em diversas regiões do Oriente Médio e da Ásia Meridional. De origem primitiva e nebulosa, datada entre 7000 e 5000 a.C, seus movimentos aliados a música e sinuosidade semelhente a uma serpente foram registrados noAntigo EgitoBabilôniaMesopotâmiaÍndiaPérsia e Grécia, e tinham como objetivo preparar a mulher através de ritos religiosos dedicados adeusas para se tornarem mães. Com a invasão dos árabes, a dança foi propagada por todo o mundo. A expressão dança do ventre surgiu naFrança, em 1893. No Oriente é conhecida pelo nome em árabe raqṣ sharqī[(رقص شرقي, literalmente "dança oriental"), ou raqs baladi (رقص بلدي, literalmente "dança do país", e, por extensão, "dança popular"), ou pelo termo turco çiftetelli (ou τσιφτετέλι, em grego).
É composta por uma série de movimentos vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem o corpo como um todo. Na atualidade ganhou aspectos sensuais exóticos, sendo excluída de alguns países árabes de atitude conservadora. A origem é controversa. É comum atribuir a origem a rituais oferecidos em templos dedicados à deusa Ísis, em agradecimento à fertilidade feminina e às cheias do rio Nilo, as quais representavam fartura de alimentos para a região; embora a Egiptologia afirme que não há registros desta modalidade de dança nos papiros - as danças egípcias possuíam naturezaacrobática. É possível que alguns dos movimentos, como as ondulações abdominais, já fossem conhecidos no Antigo Egito, com o objetivo de ensinar às mulheres os movimentos decontração do parto. Com o tempo, foi incorporada ao folclore árabe durante a invasão moura no país, na Idade Média. Não há, contudo, registros em abundância da evolução naAntiguidade.

Origens

Por possuir elementos corporais e sexuais femininos, acredita-se que sua origem remonta ao Período Matriarcal, desde o Neolítico, cujos movimentos revelam sensualidade, de modo quea forma primitiva era considerada um ritual sagrado. A origem está relacionada aos cultos primitivos da Deusa Mãe, Grande Deusa ou Mãe Cósmica:  provavelmente por este motivo, os homens eram excluídos do cerimonial (Portinari, 1989). As mais antigas noções de criação se originavam da idéia básica do nascimento, que consistia na única origem possível das coisas e esta condição prévia do caos primordial foi extraída diretamente da teoria arcaica de que o útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram repletas em movimentos pélvicos e abdominais.
As manifestações primitivas, cujos movimentos eram bem diferentes dos atualmente executados, tiveram passagem pelo Antigo EgitoBabilôniaMesopotâmiaÍndiaPérsia e Grécia, tendo como objetivo através ritos religiosos, o preparo de mulheres para se tornarem mães.]

Evolução técnica: aspectos gerais

Almeh - Cairo: Dançarina do século 19. Frederic Goupil Fesquet (1806-1893)
Tecnicamente, os movimentos são marcados pelas ondulações abdominais, de quadril e tronco isoladas ou combinadas, ondulações de braços e mãos,tremidos e batidas de quadril (shimmies), entre outros. Segundo a pesquisadora norte-americana Morroco, as ondulações abdominais consistem na imitação das contrações do parto: tribos do interior do Marrocos realizam ainda hoje, rituais de nascimento, em que as mulheres se reúnem em torno da parturiente com as mãos unidas, e cantando, realizam as ondulações abdominais a fim de estimular e apoiar a futura mãe a ter um parto saudável, sendo que a futura mãe fica de pé, e realiza também os movimentos das ondulações com a coluna. Estas mulheres são assim treinadas desde pequenas, através de danças muito semelhantes à Dança do Ventre.
Ao longo dos anos, sofreu modificações diversas, inclusive com a inclusão dos movimentos do ballet clássico russo em 1930.
Dentre os estilos mais estudados estão os estilos das escolas:
  • Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do Ballet Clássico, movimentos de braços e mãos simplificados;
  • Norte-americana: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos amplamente elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, movimentos de mãos e braços mais bem explorados;
  • Libanesa: com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.
No Brasil a prática revela uma tendência de copiar os detalhes de cada cultura, para fins de estudo e aumento de repertório. O estilo brasileiro tem se revelado ousado, comunicativo, bem-humorado, rico e claro no repertório de movimentos.


Evolução histórica:  aspectos gerais

Danseuses au bord du Nil. Louis-François Cassas - 1784-1785
Tendo sido influenciada por diversos grupos étnicos do Oriente, absorveu os regionalismos locais, que lhe atribuíam interpretações com significados regionais. Surgiam desta forma, elementos etnográficos bastante característicos, como nomes diferenciados, geralmente associados à região geográficaem que se encontrava; trajes e acessórios adaptados; regras sobre celebrações e casamentos; elementos musicais criados especialmente para a nova forma; movimentos básicos que modificaram a postura corporal e variações da dança. Nasce então, a Dança Folclórica Árabe.
A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu a alcunha Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fogem para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva à conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.
Neste período, os franceses encontraram duas castas de dançarinas:

  • As Awalim (plural de Almeh), consideradas cultas demais para a época, poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, cortesãs de luxo da elite dominante, e que fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram;
  • As Ghawazee (plural de Ghazeya), dançarinas populares, ciganas de origem indiana descendentes dos Sinti, que passavam o tempo entretendo os soldados.
As Ghawazee descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial e foram proibidas de se aproximarem das barracas do exército. No entando, a maioria não respeitava as novas normas estabelecidas, e como conseqüência, quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e as cabeças foram lançadas ao Nilo.
Originalmente a dança possuía um aspecto religioso nos cultos à deusa mãe, não se sabe ao certo como foi a ligação com a idéia da prostituição, mas acredita-se que tudo tenha começado no período de transição do matriarcado para o patriarcado, quando as danças femininas passam a ser vistas como ameaça ao novo domínio político.
história dá um salto, e em 1834, o governador Mohamed Ali, proíbe as performances femininas no Cairo, por pressões religiosas. Em 1866, a proibição é suspensa e as Ghawazee retornam ao Cairo, pagando taxas ao governo pelas performances.
No início da ocupação britânica em 1882, clubes noturnos com teatros, restaurantes e music halls, já ofereciam os mais diversos tipos de entretenimento.
Taheya Karioca - Hollywood - 1920
cinema egípcio começa a ser rodado em 1920, e usa o cenário dos night clubs, com cenas da música e da dança regional. Hollywoodpassa a exercer grande influência na fantasia ocidental sobre o Oriente, modificando os costumes das dançarinas árabes. Surgem bailarinas consagradas, nomes como Nadia Gamal e Taheya Karioca, entre muitos outros ainda hoje estudados pelas praticantes daDança Oriental. O aspecto cultural da prostituição relacionada à dança passa a ser dicotomizado: criam-se bailarinas para serem estrelas, com estudos sobre dança, ritmos árabes e teatralidade.
No Brasil a dança foi difundida pela mestra síria Shahrazad e mestra Saamira Samia.
Na década de 1990, a dança do ventre teve o maior impulso durante a exibição da novela O Clone, pela Rede Globo de Televisão, produção a qual tinha por tema as peripécias de uma muçulmana marroquina em terras brasileiras. Contudo, o término da exibição da telenovela não arrefeceu o interesse, existindo atualmente diversas escolas e espaços de dança dedicados à "Raks Sharqi".
A Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresenta regulações quanto ao aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.




Espada: A origem é nebulosa e não necessariamente atribuída á cultura egípcia ou árabe, sendo explicada por várias lendas e suposições.Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:
    • O que é certo, porém, é que a bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibra-la em diversas partes do corpo;
    • Pontos de equilíbrio mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa;
    • Também é considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música;
  • Punhal: Variação da dança com a espada, também sem registro de uso nos países árabes.
    • O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos;
  • Véus: Ao contrário do que se pensa, é uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada há pouco tempo, ao contrário das danças folclóricas.
    • Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entende-la e apreciá-la

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA


Hipátia (ou Hipácia) de Alexandria (em grego: Υπατία), matemática e filósofa neoplatônica, nascida aproximadamente em 355 e assassinada em 415.


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Biografia

Hipátia era filha de Theon, um renomado filósofoastrônomomatemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.
Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paternas, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.
Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemáticaastronomiafilosofiareligiãopoesia e artes. Aoratória e a retórica também não foram descuidadas.
Quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amónio e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas).[1] Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.
Um dos seus alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370 - 413), que lhe escrevia freqüentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia desenvolveu alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, entre os quais o hidrômetro.[2]
Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"), tendo escrito um tratado sobre o assunto, além de comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.
Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.
O seu fim trágico se desenhou a partir de 412, quando Cirilo foi nomeado Patriarca  de Alexandria. Ele era um cristão intransigente, que lutou toda a vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo as heresias, sobretudo o Nestorianismo. Acredita-se que tenha sido o principal responsável pela morte de Hipátia, ainda que não haja nenhuma prova inequívoca disso.

Intolerância

O reinado de Teodósio (379-392) marca o auge de um processo de transformação do Cristianismo, da condição de religião intolerada para religião intolerante. Em 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo, ele autorizou a destruição do Templo de Serápis, um vasto santuário pagão onde eram praticados sacrifícios de animais , segundo as crónicas dos historiadores contemporâneos Sozomeno e Tiranio Rufino.[5]
Embora a legislação de 393 procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular entre cristãos e judeus tornaram-se cada vez mais frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado. Devido a esses distúrbios, entre os quais se contam diversos ataques a igrejas cristãs, os judeus acabaram por ser expulsos da cidade.

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A morte trágica de Hipátia

De acordo com o relato de Sócrates, o Escolástico , numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.
Segundo o mesmo historiador, tudo isto aconteceu pouco tempo depois de Orestes, prefeito da cidade, ter ordenado a execução de um monge cristão chamado Amónio, acto que enfureceu o bispo Cirilo e seus correlegionários. Devido à influência política que Hipátia exercia sobre o prefeito, é bastante provável que os fiéis de Cirilo a tivessem escolhido como uma espécie de alvo de retaliação para vingar a morte do monge.
De qualquer modo, é importante contextualizar o brutal homicídio da filósofa neoplatônica no conturbado ambiente social e político que se vivia nos séculos IV e V d.C. Neste período em que a população de Alexandria era conhecida pelo seu carácter extremamente violento, não espanta que Jorge de Capadócia (m.361) e Protério (m.457), dois bispos cristãos, tenham sofrido um destino muito similar ao de Hipátia: o primeiro foi atado a um camelo, esquartejado e os seus restos queimados; o segundo arrastado pelas ruas e atirado ao fogo.[8]
No entanto, a eventual relação de Cirilo com o ocorrido continua a ser motivo de alguma controvérsia entre os historiadores. Embora Sócrates e Edward Gibbon afirmem que o episódio trouxe opróbrio para a Igreja de Alexandria, não mencionam qualquer envolvimento directo do patriarca O filósofo pagão Damáscio, por sua vez, atribui explicitamente o assassinato ao patriarca, que invejaria Hipátia. Contudo, a Enciclopédia Católica lembra que Damáscio escreveu cerca de um século depois dos factos e que os seus escritos manifestam um certo pendor anticristão. As últimas pesquisas crêem que o homicído de Hipátia resultou do conflito de duas facções cristãs: uma mais moderada, ao lado de Orestes, e outra mais rígida, seguidora de Cirilo.


Citações sobre Hipátia

"Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos."
  • Descrição da morte de Hipátia, pelo historiador Edward Gibbon:
"Num dia fatal, na estação sagrada da Quaresma, Hipácia foi arrancada da carruagem, teve as roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e a horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada dos ossos com ostras afiadas, e os membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".
"Hipátia distinguiu-se na matemática, na astronomia, na física e foi ainda responsável pela escola de filosofia neoplatônica - uma extraordinária diversificação de atividades para qualquer pessoa daquela época. Nasceu em Alexandria em 370. Numa época em que as mulheres tinham poucas oportunidades e eram tratadas como objetos, Hipátia moveu-se livremente e sem problemas nos domínios que pertenciam tradicionalmente aos homens. Segundo todos os testemunhos, era de grande beleza. Tinha muitos pretendentes mas rejeitou todas as propostas de casamento. A Alexandria do tempo de Hipátia - então desde há muito sob o domínio romano - era uma cidade onde se vivia sob grande pressão. A escravidão tinha retirado à civilização clássica a sua vitalidade, a Igreja Cristã consolidava-se e tentava dominar a influência e a cultura pagãs.

  • Hesíquio, o hebreu, aluno de Hipátia:
"Vestida com o manto dos filósofos, abrindo caminho no meio da cidade, explicava publicamente os escritos de Platão e de Aristóteles, ou de qualquer filósofo a todos os que quisessem ouvi-la… Os magistrados costumavam consultá-la em primeiro lugar para administração dos assuntos da cidade".

"Meu coração deseja a presença de vosso divino espírito que mais do que tudo poderia adoçar minha amarga sorte. Oh minha mãe, minha irmã, mestre e benfeitora minha! Minha alma está triste. Mata-me a lembrança de meus filhos perdidos… Quando receber notícias tuas e souber, como espero, que estás mais feliz do que eu, aliviar-se-ão pelo menos a metade de minhas dores".

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