PENSAMENTOS, DEVANEIOS E INQUIETAÇÕES

CRÔNICAS DO COTIDIANO, DO PONTO DE VISTA FEMININO,ARTÍSTICO, FILOSÓFICO, EMOCIONAL E SOCIOLÓGICO.

QUEM SOU EU...

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São Paulo, SP, Brazil
SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...

BEM VINDOS!!!!!!

Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.

02 novembro, 2010

JOSEPHINE BAKER


A Vênus negra que abalou Paris (abril 2007)    Excentricamente bela e talentosa de verdade, Josephine Baker cativou o mundo a partir do meio da década de 20 e, ao morrer em 1975, havia sido escolhida símbolo da beleza negra do século XX. Quebrou regras de comportamento, especialmente as relativas ao sexo, com amores multifacetados. Ao dançar vestida apenas com um saiote estilizado de cachos de banana, extasiou as platéias. Esteve no Brasil em 1929,1939 (ainda é lembrada a apresentação no Cassino da Urca,no Rio de Janeiro), 1952 e 1963. Sua maior tristeza era não poder ter filhos. Depois de dar à luz um natimorto, em 1941, sofreu uma ablação do útero. Em 1947, casou-se com o músico de jazz francês Jo Bouillon e comprou o castelo "Des Milandes”, Dordonha, sudoeste da França. Ali o casal acolheu e adotou, ao mesmo tempo, 12 crianças órfãs de origens diversas - a Tribo do Arco Íris - propiciando trabalho a um exército de servidores e gastando toda a fortuna ganha na carreira. Praticamente falida, aceitou a ajuda da amiga Princesa Grace de Mônaco que garantiu-lhe a sobrevivência com convites permanentes para participar de espetáculos e shows no Principado. Para ser homenageada na semana das mães, escolho esta mulher gloriosa, exemplo de coerência e dedicação que, para manter unida uma família iluminada pela chama da maternidade por adoção, tudo teve e tudo perdeu.Exotismo e sedução Filha mais velha do pobre casal Eddie Carson e Carrie Mac Donald, Freda Josephine McDonald nasceu em 3 de junho de 1906, em St Louis, Missouri. Saiu de casa aos sete anos para trabalhar como empregada doméstica na casa de famílias brancas. Autodidata, aos dez ganhou o primeiro concurso de dança. Sofreu abuso sexual no ultimo emprego. A pobreza famlliar - e o já endêmico racismo na sociedade Americana- fizeram com que a mocinha procurasse um jeito de escapar do doloroso pano de fundo. Não foi possível dar fim legal ao casamento, aos 13 anos de idade, com um conterrâneo chamado Willie Wells. As leis do Missouri não o consideraram válido, pois a noiva era menor. Em 1920, com o nome artístico de Josephine Wells, começou a fazer parte de um vaudeville itinerante. Em 1924, aos 18 anos, a carreira floresceu. Participava do musical negro na Broadway The Chocolate Dandies, quando casou-se com Billy Baker, vindo de uma família negra de classe média alta, de quem aproveitou, para sempre, o sobrenome. Esta segunda ligação também pouco durou. Abalou Paris Josephine, agora relativamente conhecida, embarca para a Europa. No dia 2 de outubro de 1925, vestindo no corpo escultural apenas com uma tanga de bananas, dançou um charleston - ritmo desconhecido na Europa - no quadro intitulado " La danse sauvage". Paris caiu de amores pela beleza negra seminua que sacudia as platéias como estrela de La Revue Nègre, noTeatro dos Champs Elysées. Escândalo imediato que abalou a Cidade Luz A produtora da peça, Caroline Dudley Reagan, era branca, americana e obcecada com a idéia de levar a alma negra pelo mundo afora. Joséphine tornou-se a musa cubista dos pintores e escritores (foi grande amiga de Langston Hughes, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Pablo Picasso) e despertou o entusiasmo dos parisienses pelo jazz e pelos ritmos sulistas americanos. Viveu um romance tórrido com George Simenon (escrtitor belga radicado na França e criador do personagem “Detetive Maigret”) o que aumentou em, doses iguais, a veneração e o estupefaciamento na França colonial e racista de então. Em 1927, em turnê pela Europa, tornou-se figura de destaque no elenco do Folies Bergère, onde dividia a cena com um leopardo, causando medo e sensação no público que passou a lotar espetáculos 

Em 1931, gravou "J'ai deux amours, mon pays et Paris" composição de Vincent Scotto, mais tarde um hino da Resistência durante a 2ª Guerra Mundial. Em 1937, Baker casou-se com o homem de negócios branco e francês Jean Lion. Este casamento, que também durou pouco, foi fundamental para lhe conceder a cidadania francesa. Tornou-se tão popular que foi poupada de qualquer represália pelos nazistas quando da ocupação da França, apesar da conhecida militância nos movimentos subterrâneos pela libertação de sua patria de adoção, que lhe valeu a Cruz de Guerrra A garçonete não sabia Em 1963, usando o uniforme da França Livre com a medalha da Legion d’Honneur na lapela, foi a única mulher a discursar na Marcha de Washington, liderada pelo Reverendo Martin Luther King,Jr. Heroína na França, nunca teve a mesma reputação na terra natal. Durante uma visita aos Estados Unidos, participando de um jantar, foi ofendida publicamente por uma garçonete afro-americana que, estranhando o sotaque afrancesado por décadas de ausência disse, ao servi-la: “Meu bem,você é uma merdinha.Fale na lingua maternal, a que sua mãe lhe ensinou”. A moça não sabia, mas Josephine Baker já estava empenhada há mais de 20 anos na luta pelos direitos de seus irmãos de cor e havia acabado de receber uma ovação, de pé, no Carnegie Hall. Em protesto contra o racismo, adotou doze órfãos : Akio (coreano), Janot (japonês), Luís (colombiano), Jarry e Jean Claude (canadenses), Moise (francês), Bahim (árabe). Marianne (francesa), Koffi (da Costa do Marfim), Mara (venezuelana), Noel (francês) e Stellina (marroquina). Atualmente, Jean Claude e Jarry gerenciam o restaurante “Chez Josephine” e o “Theatre Row”, na Rua 42, em Nova York, dedicados à memória da mãe. Com certeza, a agressora verbal ignorava que Josephine sempre se recusou a participar de shows para platéias segregacionistas e que, graças a esta postura, os shows “mistos” começaram a acontecer em Las Vegas.. O Castelo Des Milandes A compra do castelo e a imensa despesa com a família e empregados acabou por minar a fortuna acumulada na carreira. A Princesa Grace de Monaco, outra atriz americana expatriada vivendo na Europa, ofereceu-lhe moradia e condicões de trabalho. Hoje, o Castelo é uma atração da Dordonha, com visitas guiadas.
 Ali estão os esplêndidos cômodos e salas dedicadas ao show business, o guarda roupa da artista, prêmios e a trajetória da Tribo do Arco Íris. Muitas fotos, lojinha de souvenirs, visita sequencial acompanhando as fases da vida da estrela e belíssimos jardins aguardam o visitante. Josephine Baker ao morrer aos 69 anos, no dia 12 de abril de 1975, recebeu honras militares como heroína da França e seu corpo foi enterrado no Cemitério do Principado de Mônaco. Falida financeiramente, deixou como herança o exemplo de uma vida dedicada à justiça social. 


THEREZA PIRES

ELEANOR ROOSEVELT


De patinho feio a ativista


Eleanor Roosevelt, a mais amada primeira-dama americana

(agosto 2006)     Antes do conceito de “politicamente correto” vigorar nos Estados Unidos, o que viria a acontecer na década de 70, Anna Eleanor Roosevelt (1894-1962), mulher do presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1892-1945), compreendeu que poderia utilizar o seu status de Primeira Dama para influenciar e mudar o mundo em que vivia. Tímida e introverdida para uso externo mas conscientizada, engajada, articulada e plena de compaixão pelos semelhantes, dedicou a vida a lutar pela igualdade dos direitos humanos. Desprezada pelo marido - que se apaixonou pela secretária particular Lucy Mercer - esta mulher de coração gentil encontrou realização plena quando encontrou Lorena Hickok, uma badaladíssima jornalista, designada pela Associated Press para cobrir a eleição presidencial de 1932. Síndrome do Patinho Feio
Nascida em 11/10/1884, em uma das mais abastadas e importantes famílias americanas, sobrinha do também presidente Theodore Roosevelt, era rejeitada pela glamurosa mãe socialite, que a chamava ironicamente de “vovó” pela falta de atrativos e seriedade (como se isso tivesse alguma importância para medir a estatura moral e os dotes humanos de alguém). Órfã desta mãe aos 8 anos, buscou compensação afetiva na figura alcóolatra e irresponsável do pai, que também perdeu anos depois, passando a ser criada pela avó materna. Uma boa parte de sua infância foi dedicada a atrair a atenção das tias, irmãs da falecida mãe, igualmente lindas e fúteis. Certamente, veio desta infância infeliz a futura simpatia pelas causas dos esquecidos e dos solitários. Aos 15 anos, “vovó” foi enviada para Allenswood, escola para moças refinadas a treze quilômetros do centro de Londres. Orientada pela diretora Marie Souvestre - discípula dos positivistas ingleses e livre pensadora, atéia, amiga de Beatrice Webb-economista socialista inglesa - Eleanor recuperou a autoconfiança a tal ponto que seu sofisticado primo Franklin começou a se apaixonar por ela e um compromisso secreto foi firmado no final de 1903. O primo advogado se tornou marido, governador do Estado de Nova York e depois Presidente dos Estados Unidos, durante dez anos.
 Assumiu o país depois da Grande Depressão, criou o New Deal, programa que distribuía empregos, pressionava bancos e manipulava o ouro para controlar o câmbio. Com Eleanor sempre ao lado, teve poliomielite e governou o país em cadeira de rodas. Morreu ainda no cargo e deixou os Estados Unidos com a imagem de maior potência mundial, depois da vitória contra a Alemanha nazista. A Sogra
Se a origem da palavra sogra é controvertida e a figura no imaginário é a pior possível (também sou sogra e peço ummaleime a meus ex-genros e atuais por eventual  falha), Dona Sara Delano Roosevelt era emblemática. Desde a morte do marido virou mãe obsessiva, ciumenta e chegou a mandar Franklin a um cruzeiro no Caribe com amigos e pedir ao embaixador do país em Londres um posto diplomático para afastar a “maléfica” Eleanor da área. Em vão. Conta Joseph Lash, em seu ”Eleanor e Franklin”, de 1971, que o noivo talvez precisasse de “avózice” para esmagar tanto amor materno e o casamento aconteceu em 17 de março de 1905.

Dos seis filhos, 5 sobreviveram.  Nos dez anos quase consecutivos de gestações, Eleanor teve que desistir de suas atividades de assistência social. Dizia a sogra que o contato com pobres poderia causar “doenças proletárias na família”. Também vivia às custas da Mama (como passou a chamar a sogra/prima distante). Os Roosevelts receberam os reis da Inglaterra em 1939 não na residência oficial, mas na casa da Mama. Para que vocês tenham idéia do capricho da matriarca, meus leitores, o Rei, se quisesse ir ao banheiro à noite, precisaria passar pelo quarto do 1º Ministro. Duas residências geminadas uniam sogra, nora e netos. Assim como a casa de férias em Campobelo (Maine) era administrada pela mão de ferro de Dona Sara. Quando eclodiu a guerra de 1914, não havia mais desculpas para ficar em casa e Eleanor tornou-se organizadora e provedora do bem estar e comodidades para os soldados americanos. Em 1918, durante uma pneumonia do marido, Eleanor ficou sabendo do relacionamento de Roosevelt com sua secretária e amiga Lucy Mercer. O casamento se transformou numa “sociedade política”, já que Eleanor não pediu divórcio, pensando nas repercussões políticas e nas consequências na vida familiar. Sara Delano Roosevelt morreu em 1941. Lorena
Em junho de 1932, Lorena Hickok cobria a campanha presidencial para a Associated Press quando conheceu a futura primeira-dama. Depois da eleição, as duas mulheres começaram a correspondência que veio à luz em 1978, quando arquivistas da biblioteca de Franklin D. Roosevelt acharam 18 caixas contendo centenas de cartas trocadas durante o relacionamento amoroso de trinta anos. Quando se mudou para a Casa Branca, Eleanor instalou Lorena num quarto próximo ao seu(foto-capa do livro contendo parte da correspondência)

. No verão de 1933, viajaram incógnitas durante 3 semanas pelo interior dos Estados Unidos e chegaram a pensar seriamente em compartilhar um espaço. Com a ajuda e aprovação de Lorena, Eleanor ganhou confiança para transformar-se em uma força política ativa. Esta relação ao mesmo tempo romântica e apaixonada durou até a morte de Eleanor e sempre foi censurada. Fotógrafos da Casa Branca eram encarregados de apagar a figura de Lorena (1893-1968) nos negativos e, quando não era possível, ela aparecia sem identificação. A irmã de Lorena, Ruby, leu as cartas originais do primeiro ano de relacionamento e queimou-as na lareira dizendo que o assunto, pessoal, não era da conta de ninguém.A era do engajamento
Levada pelo ideal, Eleanor Roosevelt foi professora numa escola que ela mesmo criara para jovens carentes. Gerente de uma fábrica que montou para os desempregados, lutou pela igualdade de direitos civis num momento em que este assunto não estava na pauta. O presidente Truman, ciente de seu talento e expertise, a nomeou presidente da Comissão das Nações Unidas, encarregada de elaborar o texto da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1947. Sob sua tutela humanitária, no dia 10 de dezembro de 1948, foi adotada a Declaração Universal, sem nenhum voto contrário. Neste documento, um dos mais importantes de todos os tempos, base das Constituições de sessenta países, estão escritas as palavras que, até hoje, tanto desejamos que se tornem realidade: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Na Segunda Guerra Mundial, voou dezenas de milhares de milhas para levar carinho aos soldados americanos e, ao convencer o marido a se envolver, ajudou muitos judeus a fugir da perseguição de Hitler. Eleanor Roosevelt, a mais amada primeira-dama, abraçou causas que motivam os ativistas de hoje: direitos das mulheres, direitos civis para os afro-americanos e direitos humanos internacionais. Foi chamada de “a consciência da administração Roosevelt e a face humana do New Deal”.

A VÊNUS NEGRA


Saartjie Baartman: A Vênus Hotentote



Imagem capturada na Internet (Google)
 Saartjie Baartman ou Sarah Baartman. A mais famosa entre duas mulheres hotentotes, que foram exploradas como atrações exóticas na Europa, no século XVIII.


Sua história de vida foi marcada pelo colonialismo na África do Sul, pelo racismo e o sexismo seja na condição de mulher e vítima de exploração humana, tornando-a um objeto para satisfazer – exclusivamente – os interesses daqueles que eram seus proprietários (ou julgavam ser).

Como não haveria de ser, o seu destino foi severamente desumano e de uma barbaridade sem precedente.

Saartjie Baartman nasceu, em 1789, às margens do rio Gamtoos, no atual Cabo Oriental, na África do Sul. Ela pertencia à família Khoisan (denominada também por bosquímanos, hotentotes, coisã ou san), típica da região sudoeste do continente africano, cujas características físicas e linguísticas eram peculiares.


Fisicamente, os khoisan apresentam – em média – estaturas mais baixas e esguias que os demais povos africanos; uma coloração de pele amarelada; prega epicântica nos olhos (tais como os chineses e outros povos do Extremo Oriente) e a esteatopigia, comum entre ambos os sexos, mas com maior incidência entre as mulheres.

Saartjie Baartman chamava a atenção, principalmente, devido a isso (esteatopigia), que na verdade é uma hipertrofia das nádegas provocada pelo acúmulo de gordura.

Esteatopigia - Imagem capturada na Internet (Google)

E foi devido a suas volumosas nádegas, consideradas estranhas e, ao mesmo tempo, exóticas aos olhos do colonizador europeu, que Saartjie Baartman saiu da África e foi direto para a Europa.



Imagem capturada na Internet (Google)


Em sua terra natal, ela trabalhou como escrava para colonizadores brancos, isto é, fazendeiros holandeses que moravam próximos da Cidade do Cabo, na África do Sul. Daí, o fato dela falar fluentemente o holandês.
Por sugestão de um cirurgião britânico Naval, William Dunlop, Saartjie Baartman aceitou a ideia de se exibir na Inglaterra, acreditando que suas apresentações a tornaria rica. Na verdade, a intenção de William Dunlop era enriquecer-se graças à exploração desumana e sexual de Saartjie Baartman. E assim, o seu destino foi traçado...
Em 1810, com a idade de 20 anos, ela foi para Londres, onde se apresentou nua - em circos, museus, bares e universidades - por toda a Inglaterra.
Suas nádegas e seus órgãos genitais eram as principais atrações para o público europeu, que curioso, podia tocar em suas nádegas mediante pagamento extra.
Às vezes, sua exibição era feita em gaiola, sendo esta forçada a se comportar como um “animal selvagem”.
Suas apresentações ratificavam, cada vez mais, as ideias pré-concebidas acerca da superioridade branca face à inferioridade negra.

Imagem capturada na Internet 

Ela passou quatro anos na Inglaterra, depois se mudou para Paris (França), onde permaneceu no período de quinze meses, entre 1814 a 1815, onde já nas mãos de Henry Taylor e, posteriormente, por Reaux, continuou se apresentando em de forma degradante em shows e exposições. Neste mesmo período, ela também foi explorada por um treinador de animais.
Além das exibições em público, Saartjie Baartman também foi forçada a se prostituir e, em desespero, ela recorreu ao consumo “pesado” de álcool.
Ainda em Paris, ela atraiu a atenção e recebeu a visita de cientistas franceses, em particular, do anatomista francês Georges Cuvier, tendo sido objeto de inúmeras ilustrações científicas, como no Jardin du Roi.
A Vênus Hotentote (Saartjie Baartman) morreu no dia 29 de dezembro de 1815 em decorrência de uma doença inflamatória, provavelmente de sífilis.
Seu corpo foi dado a Georges Cuvier, que fez um modelo em gesso, tendo o cuidado de preservar suas dimensões corporais em termos das nádegas e dos órgãos genitais para serem exibidos no Musée de l'Homme, em Paris.
A réplica de seu corpo (em gesso) e o seu esqueleto ficaram expostos no Musée de l'Homme, até o ano de 1985, assim como também os seus órgãos genitais e o cérebro, conservados em frascos de formol.
No entanto, desde a década de 1940 do século passado, vários apelos foram feitos a fim de que seus restos mortais retornassem para o seu país de origem, mas o caso só ganhou maior repercussão e relevância após a publicação do The Hottentot Venus, de autoria do biólogo estadunidense Stephen Jay Gould, na década de 80 do mesmo século.
Ao assumir a presidência da República da África do Sul (1994-1999), o presidente Nelson Mandela solicitou – formalmente - à França, o regresso dos restos mortais de Saartjie Baartman.

No dia em que a legislação necessária para a liberação dos seus restos mortais foi aprovada no dia 21 de fevereiro de 2002 e, em 3 de maio do mesmo ano, estes foram devolvidos à Gamtoos Valley, sua terra natal. Sendo enterrados em cima de Vergaderingskop Hill, com vista para seu amado Gamtoos River. Seu túmulo foi declarado patrimônio nacional.


Musée de l'Homme, Paris - Imagem capturada na Internet













Crianças Khoisan na chegada dos restos mortais no Aeroporto de Cape Town










Gamtoos Valley


Fontes de Consulta
. Wikimedia Commons

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