PENSAMENTOS, DEVANEIOS E INQUIETAÇÕES

CRÔNICAS DO COTIDIANO, DO PONTO DE VISTA FEMININO,ARTÍSTICO, FILOSÓFICO, EMOCIONAL E SOCIOLÓGICO.

QUEM SOU EU...

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São Paulo, SP, Brazil
SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...

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Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.

04 junho, 2010

A VIÚVA NA INDIA




"Minha mãe ficou viúva aos 37 anos. Rapidamente, ela juntou os filhos e pertences e deixou a Índia, indo trabalhar na Austrália. Quarenta anos depois, a família dela ainda não se recuperou da perda e eu acho que eles nunca pararam de culpá-la pelo abandono. Quando eu perguntei a ela porque fez tal mudança drástica naquele tempo, quando uma mulher não tomava esse tipo de atitude, ela simplesmente respondeu que ela não queria ser uma viúva na Índia."
Uma rápida olhada nas estatísticas é suficiente para entender o que significava aquela atitude. Minha mãe foi educada em uma família de classe média bastante unida. Ela pertencia a uma minoria de sorte, mas achava que as restrições culturais impostas eram suficientes para querer deixar o país.
Dote de Nargis
Pense na vida de uma mulher como Nargis, que mora numa pobre vila no Oeste de Bengala. Ela foi casada aos dez anos com um homem que tinha tuberculose. Seus pais não puderam economizar para dar um bom dote, então aceitaram a primeira oferta de casamento que tiveram para a filha. O marido dela morreu alguns anos mais tarde, deixando-a viúva com filhos aos vinte anos. Atualmente, ela se mantém com seu filho mais jovem trabalhando em casas de família.
Ainda não são dez da manhã, mas o sol e a umidade fazem o simples ato de sentar um esforço. "Acabo de chegar de algumas casas", diz ela cansada, enquanto o filho calado olha para a reportagem. Quando chega do trabalho, essa jovem mãe come com o filho uma vez ao dia. Eles vivem com a família do marido dela, que ofereceu um pequeno quarto para os dois, mas são pobres demais para ajudar de outra maneira. Então, Nargis tem de se encarregar da alimentação e das vestimentas dela e do filho.
Vida sati
Dez por cento da população feminina da Índia, totalizando quarenta milhões, são viúvas. A maioria delas tem uma "vida sati". Isso incluía, no passado, a prática de queima das viúvas, agora proibida.
Somente 28% das viúvas na Índia têm direito a pensão. Apesar disso, somente 11% delas recebem esses pagamentos. Se uma mulher não é independente financeiramente, depende de seus parentes ou dos parentes do esposo.
As viúvas hindus enfrentam uma série de tabus sociais. Geralmente, quando maior for a casta, maiores restrições irão encontrar. Tradicionalmente, quando um homem morre, espera-se que sua esposa renuncie aos prazeres da vida.
As viúvas não podem se enfeitar, e devem utilizar um sari branco o resto da vida. Quando seus maridos morrem, elas quebram seus braceletes e não usam mais jóias ou o sindhoor – pó vermelho que as mulheres usam em festas e no alto da cabeça para mostrar o status de casada.
Espera-se que uma viúva ortodoxa corte seu cabelo ou até mesmo raspe a cabeça. Uma viúva do sul da Índia não deve sequer usar uma blusa embaixo do sari.
Dieta restritaA dieta de uma viúva indiana também é restrita. Não pode comer carne, peixe, nem ovos, nem nada tocado por mãos muçulmanas. Como tradicionalmente as padarias são administradas por muçulmanos, pães, biscoitos e bolos são banidos da dieta delas. Os hindus mais ortodoxos também proíbem alimentos como cebola e alho porque "esquentam o sangue e são impuros". Espera-se que elas jejuem diversas vezes por mês e algumas vezes não se alimentem com nada além de frutas.
Viúvas são chamadas, às vezes, de "pram", ou criatura, porque somente a presença de seus maridos dá a elas o status de humanas. Em algumas línguas indianas, uma viúva é apontada como coisa e não como uma pessoa. Em outras, a nomeação é dúbia, com pouca diferença da palavra prostituta.
Pecado grande
Moitri Chatterjee batalha pelos direitos das viúvas há tempos. Originária de uma tradicional família hindu de Bengala, ela vivenciou o sofrimento que muitas mulheres enfrentavam quando seus maridos morriam. No mundo em que ela cresceu, ela viu como a família podia colocar no ostracismo quem não aderia às restrições impostas às viúvas. "Lavadores de roupas não podiam cuidar das roupas delas, comerciantes não podiam vender nada a elas. Elas não podiam participar de rituais e, se o fizessem, eram consideradas grandes pecadoras."
Para completar, uma viúva era considerada inauspiciosa, não podendo estar presente em rituais e celebrações que integram a vida na Índia, como um casamento, ou comemoração de nascimento. Em alguns casos, até a sombra delas era considerada poluição ou ofensa para membros "limpos" da sociedade.
Tradições nupciaisTradicionalmente, Bengala tem sido muito cruel no tratamento às viúvas, especialmente quando o casal tem tradição de casamento entre crianças na região. Copiando o mito de que o deus Shiva se casou com Parvati quando ela tinha somente oito anos, garotas são casadas com a mesma idade. Como o hinduísmo permitia a poligamia, um homem podia ter diversas esposas.
Meninas casadas podiam ficar com seus pais até a puberdade. Somente depois disso, o marido podia ficar com ela. Era comum essas meninas ficarem viúvas ainda crianças, e enfrentarem as restrições. Se os parentes dos maridos não as quisessem, elas tinham que ficar na casa dos pais fazendo os serviços domésticos, sem contrapartida, ou poderiam ser enviadas para "cidades de viúvas", como Varanasi ou Vrindavan.
Estas cidades ainda atraem viúvas. São cheias de sujas hospedarias e locais de oração onde viúvas desnutridas e abandonadas vão tentar arrastar a existência até a morte. É comum o abuso sexual de jovens viúvas nesses locais. É também comum idosas ficarem próximas aos templos em ruas movimentadas esmolando.

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