PENSAMENTOS, DEVANEIOS E INQUIETAÇÕES

CRÔNICAS DO COTIDIANO, DO PONTO DE VISTA FEMININO,ARTÍSTICO, FILOSÓFICO, EMOCIONAL E SOCIOLÓGICO.

QUEM SOU EU...

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São Paulo, SP, Brazil
SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...

BEM VINDOS!!!!!!

Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.

25 maio, 2010

A DANÇA DO VENTRE


dança do ventre é uma famosa dança praticada originalmente em diversas regiões do Oriente Médio e da Ásia Meridional. De origem primitiva e nebulosa, datada entre 7000 e 5000 a.C,] seus movimentos aliados a música e sinuosidade semelhente a uma serpente foram registrados noAntigo EgitoBabilôniaMesopotâmiaÍndiaPérsia e Grécia, e tinham como objetivo preparar a mulher através de ritos religiosos dedicados a deusas para se tornarem mães. Com a invasão dos árabes, a dança foi propagada por todo o mundo. A expressão dança do ventre surgiu naFrança, em 1893.No Oriente é conhecida pelo nome em árabe raqṣ sharqī (رقص شرقي, literalmente "dança oriental"), ou raqs baladi (رقص بلدي, literalmente "dança do país", e, por extensão, "dança popular"), ou pelo termo turco çiftetelli (ou τσιφτετέλι, em grego).
É composta por uma série de movimentos vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem o corpo como um todo. Na atualidade ganhou aspectos sensuais exóticos, sendo excluída de alguns países árabes de atitude conservadora.A origem é controversa. É comum atribuir a origem a rituais oferecidos em templos dedicados à deusa Ísis, em agradecimento à fertilidade feminina e às cheias do rio Nilo, as quais representavam fartura de alimentos para a região; embora a Egiptologia afirme que não há registros desta modalidade de dança nos papiros - as danças egípcias possuíam naturezaacrobática. É possível que alguns dos movimentos, como as ondulações abdominais, já fossem conhecidos no Antigo Egito, com o objetivo de ensinar às mulheres os movimentos decontração do parto. Com o tempo, foi incorporada ao folclore árabe durante a invasão moura no país, na Idade Média. Não há, contudo, registros em abundância da evolução naAntiguidade.

Origens

Por possuir elementos corporais e sexuais femininos, acredita-se que sua origem remonta ao Período Matriarcal, desde o Neolítico, cujos movimentos revelam sensualidade, de modo quea forma primitiva era considerada um ritual sagrado. A origem está relacionada aos cultos primitivos da Deusa Mãe, Grande Deusa ou Mãe Cósmica:provavelmente por este motivo, os homens eram excluídos do cerimonial (Portinari, 1989). As mais antigas noções de criação se originavam da idéia básica do nascimento, que consistia na única origem possível das coisas e esta condição prévia do caos primordial foi extraída diretamente da teoria arcaica de que o útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram repletas em movimentos pélvicos e abdominais.
As manifestações primitivas, cujos movimentos eram bem diferentes dos atualmente executados, tiveram passagem pelo Antigo EgitoBabilôniaMesopotâmiaÍndiaPérsia e Grécia, tendo como objetivo através ritos religiosos, o preparo de mulheres para se tornarem mães.

Evolução técnica: 

Ao longo dos anos, sofreu modificações diversas, inclusive com a inclusão dos movimentos do ballet clássico russo em 1930.
Dentre os estilos mais estudados estão os estilos das escolas:
  • Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do Ballet Clássico, movimentos de braços e mãos simplificados;
  • Norte-americana: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos amplamente elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, movimentos de mãos e braços mais bem explorados;
  • Libanesa: com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.
No Brasil a prática revela uma tendência de copiar os detalhes de cada cultura, para fins de estudo e aumento de repertório. O estilo brasileiro tem se revelado ousado, comunicativo, bem-humorado, rico e claro no repertório de movimentos.






Evolução histórica: aspectos gerais

Tendo sido influenciada por diversos grupos étnicos do Oriente, absorveu os regionalismos locais, que lhe atribuíam interpretações com significados regionais. Surgiam desta forma, elementos etnográficos bastante característicos, como nomes diferenciados, geralmente associados à região geográficaem que se encontrava; trajes e acessórios adaptados; regras sobre celebrações e casamentos; elementos musicais criados especialmente para a nova forma; movimentos básicos que modificaram a postura corporal e variações da dança. Nasce então, a Dança Folclórica Árabe.
A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu a alcunha Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fogem para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva à conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.
Neste período, os franceses encontraram duas castas de dançarinas:
  • As Awalim (plural de Almeh), consideradas cultas demais para a época, poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, cortesãs de luxo da elite dominante, e que fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram;
  • As Ghawazee (plural de Ghazeya), dançarinas populares, ciganas de origem indiana descendentes dos Sinti, que passavam o tempo entretendo os soldados.
As Ghawazee descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial e foram proibidas de se aproximarem das barracas do exército. No entando, a maioria não respeitava as novas normas estabelecidas, e como conseqüência, quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e as cabeças foram lançadas ao Nilo.
Originalmente a dança possuía um aspecto religioso nos cultos à deusa mãe, não se sabe ao certo como foi a ligação com a idéia da prostituição, mas acredita-se que tudo tenha começado no período de transição do matriarcado para o patriarcado, quando as danças femininas passam a ser vistas como ameaça ao novo domínio político.
história dá um salto, e em 1834, o governador Mohamed Ali, proíbe as performances femininas no Cairo, por pressões religiosas. Em 1866, a proibição é suspensa e as Ghawazee retornam ao Cairo, pagando taxas ao governo pelas performances.
No início da ocupação britânica em 1882, clubes noturnos com teatros, restaurantes e music halls, já ofereciam os mais diversos tipos de entretenimento.
cinema egípcio começa a ser rodado em 1920, e usa o cenário dos night clubs, com cenas da música e da dança regional. Hollywoodpassa a exercer grande influência na fantasia ocidental sobre o Oriente, modificando os costumes das dançarinas árabes. Surgem bailarinas consagradas, nomes como Nadia Gamal e Taheya Karioca, entre muitos outros ainda hoje estudados pelas praticantes daDança Oriental. O aspecto cultural da prostituição relacionada à dança passa a ser dicotomizado: criam-se bailarinas para serem estrelas, com estudos sobre dança, ritmos árabes e teatralidade.
No Brasil a dança foi difundida pela mestra síria Shahrazad e mestra Saamira Samia.
Na década de 1990, a dança do ventre teve o maior impulso durante a exibição da novela O Clone, pela Rede Globo de Televisão, produção a qual tinha por tema as peripécias de uma muçulmana marroquina em terras brasileiras. Contudo, o término da exibição da telenovela não arrefeceu o interesse, existindo atualmente diversas escolas e espaços de dança dedicados à "Raks Sharqi".
Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresenta regulações quanto ao aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:


  • Espada: A origem é nebulosa e não necessariamente atribuída á cultura egípcia ou árabe, sendo explicada por várias lendas e suposições.





    • O que é certo, porém, é que a bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibra-la em diversas partes do corpo;
    • Pontos de equilíbrio mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa;
    • Também é considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música;


  • Punhal: Variação da dança com a espada, também sem registro de uso nos países árabes.





    • O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos;


  • Véus: Ao contrário do que se pensa, é uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada há pouco tempo, ao contrário das danças folclóricas.





    • Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entende-la e apreciá-la.
    • Fonte: Wikipedia

SIBILAS



Profetizou a idade de Ouro
... Conhecer o futuro... desvendar entre tantos e tantos caminhos que nos aponta o Destino, aquele que nos leve ã felicidade (eterno anseio do coração), aquele que nos conduza aos páramos divinos (anseio eterno da alma). Interrogar, pesquisar...
E desta humana, desta insaciável curiosidade, devem ter nascido, num remotíssimo passado, os oráculos que eram divulgados por diversos modos, por várias formalidades tais como jejuns e sacrifícios.
Contavam-se, então, em grande número os oráculos: o de Delphos, o de Claros, o de Didymo e, talvez o mais célebre, o de Cumes, regido, se assim podemos dizer, por uma grande Pitonisa.
Davam os gregos o titulo de Pitonisa ou Pythia a todas às mulheres às quais haviam os deuses outorgado o poder da adivinhação. Isto porque Apolo, filho de Júpiter e Latona,nasceu na ilha de Delfos, onde exterminou a serpente Python; foi com à pele do réptil que se recobriu o tripode sobre o qual se sentava a Pitonisa para desvendar os segredos do futuro.
Sibila é também, o nome dado às mulheres versadas na difícil, tão difícil arte de adivinhar, sendo à denominação aplicada a um grande número de profetisas. Como acima dissemos, é a eterna ansiedade humana neste caminhar pelas confusas terrenas sendas. E assim, vemos até hoje, neste crepúsculo de um fim de Ciclo "apodrecido e gasto", neste pobre mundo de tal modo estraçalhado e vivendo apenas da esperança de uma Nova Aurora que muito não tardara a raiar vemos, dizíamos, à mesma angustiosa busca de saber o amanhã, correndo homens e mulheres a consultar adivinhos e cartomantes que em nada - nada mesmo - se poderão assemelhar às Pitonisas, aos Magos ou Sibilas de antanho.
As Sibilas, pois, cujo nome em grego dórico significa "vontade de Júpiter", eram originariamente apenas sacerdotisas desse deus que é tido pelos poetas, o rei dos deuses e dos homens e que, lã do Olimpo, agita o universo com um simples mover de sua cabeça...
Mais tarde, porém, transformaram-se de simples sacerdotisas em famosas profetisas, e o dom da adivinhação espalhou-se pelos países distantes da Grécia.
Entre todas elas, Pythias ou Sibilas, a mais decantada até os nossos dias, à mais célebre, é à Sibila de Cumes (ligadas aliás ã Historia da nossa Obra), onde o deus da música, da poesia, da eloqüência, da medicina, das artes e dos augúrios, tem o seu trono. Num santuário que se ocultava em certo antro quase tão misterioso quanto o de Delfos, tinha ela o seu trípode. Formosa entre as formosas, rezam às lendas, a Sibila de Cumes após banhar-se numa fonte sagrada, jejuava durante três dias, mascando apenas folhas de loureiro. Terminados os ritos preparatórios, era ela conduzida pelos sacerdotes ao trípode junto ao qual chamas crepitavam. Então, entre transportes quase frenéticos, como que possuída por alguma divindade, desempenhava suas misteriosas funções: o desvendar do véu dos Tempos...
Uma vez proclamado o oráculo, tombava a jovem num sono profundo que podia durar dias e dias.
A escolha das Pitonisas ou SibiIas era feita pelos sacerdotes, igualmente encarregados de interpretar os oráculos.
Essas adivinhas deviam ter nascimento legitimo, possuir uma educação rudimentar, de hábitos singelos. Tudo quanto representasse artifícios e luxo feminino lhes era vedado. Geralmente escolhidas nas classes pobres, eram mantidas na ignorância das coisas mundanas, das humanas misérias.
Bastava que soubesse falar o suficiente para repetir o que ditava o oráculo.
Em 12 é contado o número de SibiIas que, através das eras e das épocas, vem a arte imortalizando. Na Catedral de Aix-en-Provence, por exemplo, ostenta-se gracioso grupo de Pythias; pelo "grave" fato de não terem sido... batizadas, colocadas estão no pórtíco externo daquela igreja. São vistas ainda nas esculturas dos batistérios na catedral de Autun e também em Auxerre.
Em Samos, profetizaram a descida â Terra de um deus desconhecido... A Sibila de Ionie falava em transe da miraculosa maternidade de uma virgem... Devido a esta última e outras profecias, à Igreja as admitiu ao Iado dos Profetas chegando até mesmo a introduzi-las num cântico litúrgico: o Dies Irac.
0 costume de consultar a Pythia, parece remontar aos tempos heróicos da Grécia.

GUEIXAS - MISTÉRIO, ARTE E BELEZA



17 maio, 2010

MUCHA


Alphonse Mucha nasceu a 2 de Julho de 1860 em Ivančice, na Morávia (hoje parte da República Checa, na altura província integrante do império Austro-Húngaro). Os seus dotes vocais permitiram-lhe chegar à capital provincial Brno para fazer o liceu assente no canto, deixando para trás a sua paixão pelo desenho. Entretanto e em paralelo, foi pintando cenários para teatro na Morávia. Em 1879, aos dezanove anos, foi para Viena, a capital do império, para uma destacada empresa de design teatral. Infelizmente, um incêndio destrói o negócio em 1881 e Mucha regressa à Morávia, ocupando-se em free-lance de retratos e trabalhos decorativos.

São estes trabalhos que chamam a atenção do Conde Karl Khuen de Mikulov, que lhe pede para decorar o seu palácio; impressionado com os dotes do jovem, torna-se seu patrono e financia-lhe a edução formal na Academia de Belas Artes de Munique. Em 1887, Mucha muda-se para Paris, onde continua os estudos e faz ilustrações para revistas e publicidade.

Estamos perto do Natal de 1884 quando Mucha entra por acaso numa tipografia em Paris onde, de repente, havia uma nova encomenda urgente: um poster para a actriz Sarah Bernhardt na sua nova peça, “Gismonda”. Mucha oferece-se para a fazer nas duas semanas pedidas e, a 1 de Janeiro de 1885, o seu poster inunda as ruas de Paris. O sucesso foi imediato e a estrela teatral ficou tão satisfeita que assinou um contrato a seis anos com o jovem artista de 24 anos.

Os anos seguintes vêem-no a produzir múltiplos posters para teatro e publicitários. Em 1899, publica “Le Pater”, uma obra em que examina o oculto na oração “Pai Nosso”. Entre 1906 e 1910, visita os EUA, com a mulher. A sua filha nasce em 1909 em Nova Iorque, e mais tarde terão também um filho. Regressado a Praga, dedica-se a decorar edifícios notáveis. A independência da Checoslováquia, na sequência da Primeira Grande Guerra, faz-lhe chegar o convite para desenhar os selos e as notas da nova nação. Anos depois, o seu “Épico Eslavo” retrata a história e valores do povo eslavo, e é oferecido à cidade de Praga em 1928. Nos anos 30, compõe um enorme vitral para a Catedral de S. Vito, no Castelo de Praga. Fora do mundo artístico, funda a maçonaria checa.

A ocupação da Checoslováquia pelas tropas nazis em Abril de 1939, faz com que Mucha seja dos primeiros a ser capturado e interrogado pela Gestapo. No decurso dos interrogatórios, apanha uma pneumonia. Fragilizado, regressa eventualmente a casa, onde morre a 14 de Julho de 1939, com 78 anos de idade.

A mulher e a Lua

Desde os tempos imemoriais, nós mulheres temos uma ligação ímpar com a Lua.
Como ela, somos cíclicas, nosso calendário interno é regido pelas fases lunares, nosso humor é variável, tal qual como o tamanho  dela.
A lua, dependendo de sua fase nos mostra sua face de forma enigmática, com variantes tantas vezes incompreensíveis aos mortais.
E nosso ciclo menstrual, é pontuado por determinada lua, não acredita? anote então, mês a mês, e logo verá por qual lua vc é regida.
Nossa Menarca é regida pela Lua Crescente, nossa plenitude, pela Lua Cheia, e o nosso climatério, pela LuaMinguante.
A Menopausa é coroada pea Lua Nova, invisível, misteriosa e a nossa velhice pela Lua Azul, poderosa e pouco conhecida.
Somos lunáticas, incompreendidas, magnéticas e despertamos uma emoção só comparável ao êxtase que a nossa amiga provoca na humanidade.
A lua que rege as marés, também retém o líquido de nosso corpo, provoca vazantes e marolas dentro de nós que médico nenhum consegue explicar a contento
Desde a antiguidade nossa amiga Lua é reverenciada pelos povos, devido ao seu mistério e beleza, assim como nós, se bem que, muitas vezes fomos vilipendiadas por semos indecifráveis.
Salve Lua dos lunáticos, insanos, apaixonados, solitários, musa dos lobos e enamorados.
Se precisar de energia, olhe a Lua, se busca inpiração, olhe a Lua, se está enebriada pelo amor ou pela contemplação, eis a nossa Musa no céu, quieta, soberana a nos dar a justa medida da nossa necessidade.
Somos irmãs da Lua, façamos dela a nossa confidente.
Vocês verão a diferença na magia da transformação.

09 maio, 2010

MEU VELHO PLEYEL

PhotobucketUm velho piano, fabricado em meados de 1870 e 1890, velhinho mesmo...


Fabricado em jacarandá da Bahia, madeira nobre, cortada, foi levado em forma de toras ou pedaços  para a França, onde é transformado num pequeno piano de estudo, pés torneados, detalhes em metal, apenas dois pedais, pois é modesto, mesmo assim, um piano.
Volta, desta vez, em forma de um lindo pianinho, destinado à moças delicadas, de mãos trêmulas, inseguras perante o enigma das partituras, mas que, com o passar do tempo, se tornavam hábeis, prontas para os saraus , onde de acordo com a desenvoltura da pianista, determinavam um bom casamento, através um bom partido, que lhes garantiriam a segurança social da época e a satisfação da família.
O tempo passa, e o pequeno piano cumpre o seu papel, auxilia o destino das moças casadoiras, se torna o algoz dos moleques sem talento, alvo de dedilhares furiosos de crianças que chegam na casa dos outros e aprontam estripolias com o velho teclado de marfim, que se perdeu no decorrer da sua longa vida.
O tempo passa, e piano não é mais sinal de status, torna-se um trambolho, coisa sem função...
Quem sabe não vai parar num bordel decadente, que teima em manter a aura de lugar chic, onde polcas mal tocadas, nem são percebidas, pois os frequentadores estão no afã da satisfação barata e passageira.
Mais algumas décadas se passam, e o pianinho  vai se mudando, ao sabor da vontade e da necessidade dos donos que se desinteressam pelo instrumento musical, outrora tão querido, lustrado e admirado como objeto de orgulho que quem o tivesse sob seu teto.
Talvez até em cortiço ele tenha parado, no máximo numa casinha de vila, morada de uma viúva, ou uma solteirona que sobrevivia com as aulas de piano, quem sabe.
Ele tem uma marca de ferro de passar, fruto do descaso e da ignorância de quem o tinha, e assim o tempo passou...
Tanto sofreu, tanto se deteriorou que alguém, na tentativa de deixá-lo mais apresentável, teve a idéia de pintá-lo de branco!!!
Isso na década de setenta.
Encostado numa pequena loja, lá estava ele esperando por mais um dono disposto a cuidar dele.
Numa tarde qualquer uma senhora passa distraídamente com sua filha, para comprar pão para o café da tarde. A moça se detém ante o piano branco, um tanto amarelado, mas ainda provido do glamour de outrora.  e se encanta por ele.
Aí começa a história do meu Piano Pleyel, modesto, mas tão charmoso, presente ganho com tanto amor e pago à duras penas pela minha mãe.
O tempo passa, eu dedilho as notas simples da cartilha musical, solfejo  como uma louca para decorar as frases musicais, detono com Chopin, toco hinos religiosos para deleite de minha mãe, arranho músicas populares, enfim, meu piano volta à vida depois de tanto abandono. Mas a vida continua, os afazeres tornam o meu contato como ele cada vez mais escasso, e mais uma vez a história se repete.
Minha mãe adoece, e sempre que  pode eu toco para ela, então pressentindo que seu tempo nessa terra é curto, resolvi fazer uma homenagem ao seu esforço  e decido reformá-lo.
O profissional me orienta e é bem claro que o valor a ser pago será menor que o valor comercial, mas isso não me desanimou.
Um piano pintado de branco, mal tratado, será que tinha rachaduras, buracos de cupim, imperfeições escondidas pela tinta?
Como saber, mas decidi a restaurá-lo mesmo assim.
O restauro leva mais de um ano, e quando ele ficou pronto foi emocionante!!!
Não havia rachaduras, nem buracos de cupim, lá estava aquela madeira majestosa, avermelhada, cheia de veios na madeira mais escuros e brilhantes, lindo e imponente como só o jacarandá sabe ser.
Depois do restauro veio a afinação, o cuidado constante, a flanelinha pra manter o brilho, etc...
Minha mãe ainda teve tempo de ver meu pianinho reluzente, ficou tão feliz que jamais vou esquecer o seu sorriso.
Ela se foi, hoje já não toco mais com frequência, mas lá está ele, imponente, no centro da sala, lugar de honra como ele merece.
Enquanto vida eu tiver, meu querido piano sempre estará comigo.
Penso nas pessoas, talvez escravos que transportaram a madeira, no desembarque, na travessia pelo Atlântico, na chegada a Paris, no trabalho dos artesãos, no transporte em tração animal até o porto, a longa travessia de volta, na chegada,  no transporte até a loja, no primeiro dono, na recepção, na alegria da família, e também, na trajetória obscura do meu pianinho querido.
Quantas mãos, músicas, lágrimas derramadas, sentimentos despertados pela música, sonhos realizados ou desfeitos junto ao teclado....
Lá se vão no mínimo 110 anos de história, todos já se foram, morreram...
mesmo em minha casa, quantos que o tocaram não estão mais aqui, mas o som  da música por eles executadas  ainda estão em meus ouvidos, cheios de saudades e lembranças.
Essa é mais uma história, sem pretensões literárias, somente uma lembrança de um presente que representou o amor que minha mãe tinha por mim, e não poupou esforços em me fazer feliz.
Hoje é o segundo dias das mães sem ela, por isso escrevo essas linha como forma de homenageá-la de coração.

07 maio, 2010

ENCHANTED DOOLS

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BONECAS ENCANTADAS


  Reprodução
Basta um primeiro contato visual para se apaixonar pelas Enchanted Dolls (Bonecas Encantadas) 
da artista russa Marina Bychkova. Feitas de porcelana e ornamentadas com pintura, roupas e acessórios belíssimos, cada modelo traz à tona um processo artesanal digno de uma obra de arte que pode durar mais de 300 horas.      Os temas de inspiração são variados, indo de modelos típicos da aristocracia européia a versões étnicas com roupas típicas da Índia, Japão e Oriente Médio, com nível de detalhamento impressionante! As joias também são um capítulo à parte: Marina constrói sozinha minúsculos colares, anéis e brincos, alguns feitos com pedras de verdade, que transformam as bonecas em exemplares tridimensionais de uma verdadeira história de vestuário - tudo feito de maneira artesanal. Outras coleções dedicam-se a retratar aspectos menos literais do ser humano, como a nudez, o erotismo e a sexualidade, além de temas mórbidos como a necrofilia, abordados com grande sutiliza pela artista, que criam uma narrativa visual intrigante.








Há também uma série de bonecas tatuadas e outras inspiradas em personagens de contos de fada e histórias infantis, como sereias e até versões da Alice do conto de Lewis Carroll e a Cinderela. Mas um aspecto que une todas elas, não importando a inspiração, é uma aura de mistério que deixa tudo ainda mais fascinante.
  Acesse: www.enchanteddoll.com, e deleite-se com essa artista excepcional.

UM TOQUE DE NOBREZA

  Reprodução

06 maio, 2010

UMA TARDE DE OUTONO QUALQUER

Tarde linda, tranquila..
Tarde que me remete à lembranças doces e saudosas.
Tardes com minha mãe, tomando um chazinho, ora com bolachas, bolos e guloseimas, ora  com pãozinho com
manteiga, tudo regado com repetecos das canecas cheias até a borda.
As conversas eram intermináveis, risíveis ou dramáticas, tudo dependendo do humor dela, que adorando as notícias trágicas do dia a dia, aumentava um ponto na sua narrativa, pontuada de sua própria interpretação da vida.
Hoje me pego na ânsia de contar uma novidade, uma notícia de morte de alguém conhecido de nós duas, uma fofoca divertida ou apenas um relato do dia, mas aí vem a tristeza, como contar , se ela ela já se foi?

A notícia fica na garganta, assim como o soluço de uma dor que não passa.
Ai que saudades das tardes de outono, onde a conversa corria solta e eu, até dava um cano no trabalho, porque a prosa estava boa e, depois do chá batia uma indolência.
Minhas tardes ficaram vazias, sem ninguém  pra contar nada, ou jogar conversa fora...
Ouço o teclar furioso de minha filha na internet, alheia aos meus pensamentos, ai de mim se tentar contar alguma bobeira, uma notícia de morte, um comentário de notícia pontuado de emoção própria da suave melancolia de quem se aproxima  da meia idade, o outono da Vida.
A vontade de tagarelar fica na intenção, afinal na idade dela, não se tem ouvidos para essas coisas prosaicas.
Olho pela janela e vejo a luz da tarde, como é linda essa  luz de Outono, mesmo que seja na cidade.
A natureza, os prédio adquirem um contorno diferente, o verde é mais encorpado, por falta de uma definição melhor, o som dos pequenos aviões voando preguiçosos pelo céu, tornando esse instante deliciosamente agradável e tranquilo, é muito belo e até bucólico.


Fica aqui nas minhas divagações, a doce lembrança de uma tarde qualquer de Outono, que na companhia dela tinha sabores, alegrias que só quem viveu pode contar.

04 maio, 2010

AFRODITE-A DEUSA DO AMOR E DO PRAZER



Afrodite, na mitologia grega, era a deusa da beleza e da paixão sexual. Originário de Chipre, seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas.
Seus símbolos eram a pomba, a romã, o cisne e a murta. No panteão romano, Afrodite foi identificada com Vênus.
A mitologia oferecia duas versões de seu nascimento: segundo Hesíodo, na Teogonia, Cronos, filho de Urano, mutilou o pai e atirou ao mar seus órgãos genitais, e Afrodite teria nascido da espuma (em grego, aphros) assim formada; para Homero, ela seria filha de Zeus e Dione, sua consorte em Dodona.
Por ordem de Zeus, Afrodite casou-se com Hefesto, o coxo deus do fogo e o mais feio dos imortais. Foi-lhe muitas vezes infiel, sobretudo com Ares, divindade da guerra, com quem teve, entre outros filhos, Eros e Harmonia.
Outros de seus filhos foram Hermafrodito, com Hermes, e Príapo, com Dioniso. Entre seus amantes mortais, destacaram-se o pastor troiano Anquises, com quem teve Enéias, e o jovem Adônis, célebre por sua beleza.
Afrodite possuía um cinturão mágico de grande poder sedutor e os efeitos de sua paixão eram irresistíveis.
As lendas freqüentemente a mostram ajudando os amantes a superar todos os obstáculos.
À medida que seu culto se estendia pelas cidades gregas, também aumentava o número de seus atributos, quase sempre relacionados com o erotismo e a fertilidade

DEUSA BASTET

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BASTET

UMA GATA OU UMA MULHER com cabeça de gata simbolizava a deusa Bastet e representava os poderes benéficos do Sol. Seu centro de culto era Bubastis, cujo nome em egípcio — Per-Bastet — significa Casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era adorada desde o Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares delas espalhadas pelo mundo. Essa divindade também estava associada à Lua e protegia os partos e as mulheres grávidas de doenças e dos maus espíritos. Tornou-se ainda padroeira dos festivais, muito populares até a época romana, nos quais as bebedeiras eram comuns.

Ao lado, estatueta de bronze da deusa gata Bastet.
Museu Britânico.



O NOME QUE OS EGÍPCIOS DAVAM ao gato era myw, que correspondia ao som que o bicho emite, ou seja, o nosso conhecidomiau, palavra onomatopaica que passou para outros idiomas, inclusive o português, indicando o miado daquele animal. O gato, aliás, era um dos bichos mais estimados no Egito. Bastet era uma divindade bastante antiga, já citada nas primeiras dinastias, quando então era identificada com os gatos selvagens que povoavam o país. Foi a partir do Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) que ela começou a ser associada com o gato doméstico. Seu nome significa "deusa do bas", palavra que identifica um jarro de unguento para cerimônias funerárias. Símbolo do amor materno, da fecundidade e da doçura, protegia os lares e a partir da IV dinastia (c. 2575 a.C.) aparece como mãe do faraó, a quem ajuda. Sendo os soberanos da XII dinastia (1991 a 1783 a.C.) oriundos de Bubastis, tornaram a deusa de sua cidade natal uma divindade de cunho nacional. Dessa época em diante foi considerada filha de  e os poderes benéficos do Sol lhe foram incorporados.
DURANTE O TERCEIRO PERÍODO Intermediário (c. 1070 a 712 a.C) começaram a ser construídas necrópoles para abrigar múmias de gatos. Esses animais eram criados no templo de Bubastis com o objetivo de serem sacrificados à deusa e mumificados. Devotos da divindade adquiriam tais múmias que eram envoltas em tecido, colocadas em sarcófagos feitos sob medida e enterradas como oferendas à Bastet em túmulos subterrâneos cobertos com uma abóbada. Quando os reis líbios da XXII dinastia (c. 945 a 712 a.C.) fizeram de Bubastis sua capital, por volta de 944 a.C., o culto da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.
A PARTIR DA XXVI DINASTIA (664 a 525 a.C.), agora já no chamado Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.), tornou-se comum os adeptos da deusa lhe oferecerem, em seus templos, ex-votos na forma de estatuetas que representavam a divindade sob a forma de gato. Feitas geralmente de bronze, mas também de outros materiais, as esculturas costumavam trazer no pescoço um colar ou o olhoUedjat e brincos de ouro nas orelhas. Ao ser representada na forma humana podia trazer nas mãos um cetro, uma planta de papiro, um sistro, instrumento musical que tocava nas festividades, etc. No braço podia carregar um cesto que, às vezes, aparece cheio de gatos.
DIZIA A LENDA que a deusa-leoa Sekhmet, após ter dizimado parte da humanidade, fora apaziguada e se transformara numa gata mansa. A terrível bebedora de sangue se trasformara em Bastet, bebedora de leite. Em Bubastis, cidade situada na região central do delta nilótico e principal centro de culto dessa deusa, as festas em sua homenagem eram muito concorridas. O historiador Heródoto (aprox. 480-425 a. C.), falando de tais festas no seu tempo, escreveu:
Os egípcios celebram todos os anos grande número de festas. A mais importante e cujo cerimonial é observado com maior zelo é a que se realiza em Bubastis. A vida em Bubastis por ocasião das festividades transforma-se por completo. Tudo é alegria, bulício e confusão. Nos barcos engalanados singrando o rio em todas as direções, homens, mulheres e crianças, munidos, em sua maioria, de instrumentos musicais, predominantemente a flauta, enchem o ar de vibrações sonoras, do ruído de palmas, de cantos, de vozes, de ditos humorísticos e, às vezes, injuriosos, e de exclamações sem conta. Das outras localidades ribeirinhas afluem constantemente novos barcos igualmente enfeitados e igualmente pejados de pessoas de todas as classes e de todos os tipos, ansiosas por tomar parte nos folguedos, homenagear a deusa e imolar em sua honra grande número de vítimas que trazem consigo e previamente escolhidas. Enquanto dura a festa, não cessam as expansões de alegria, as danças e as libações. No curto período das festividades consome-se mais vinho do que em todo o resto do ano, pois para ali se dirigem, segundo afirmam os habitantes, cerca de setecentas mil pessoas de ambos os sexos, sem contar as crianças.





Acima, estatueta de bronze de Bastet da época romana. Museu Britânico.
NO EGITO os arqueólogos encontraram cemitérios inteiros de animais sagrados mumificados. Essa prática cresceu de importância no período mais recente da história do Egito antigo, sob o domínio dos Ptolomeus. Por isso, não deve ser considerada típica da vida religiosa do Egito em seu auge.
OS CEMITÉRIOS de animais estavam situados nas proximidades de seus respectivos centros de culto. Assim, os gatos, que representavam essa deusa Bastet da alegria e do amor, eram mumificados e enterrados em Bubastis.
A MUMIFICAÇÃO DE ANIMAIS e pássaros, em verdade, era muito grosseira e o corpo era freqüentemente reduzido a um esqueleto antes de ser envolto em bandagens. Tais bandagens, porém, eram aplicadas com grande habilidade e todos os esforços eram envidados para produzir uma múmia convincente na aparência. Essa múmia de gato, do Período Tardio, por exemplo, está cuidadosamente envolta por numerosas tiras de linho.
EMBORA A MAIOR PARTE dos animais mumificados sejam dosúltimos períodos da história egípcia, a prática de venerar certos animais em particular existiu já nos períodos mais antigos. Muito antes do culto aos animais sagrados do Período Tardio, o príncipe Tutmósis, irmão mais velho de Akhenaton (c. 1353 a 1335 a.C.), mandou mumificar e enterrar sua gata preferida com o título de Osíris Tamit justificado. Seguindo o modelo dos sarcófagos do Império Antigo, o caixão de pedra imita uma capela: as paredes laterais são mais elevadas. Os textos inscritos no sarcófago pedem a proteção à deusa Nut e aos quatro filhos de Hórus, enquanto que a gata aparece com um colar diante de uma mesa de oferendas. Nas faces menores, Ísis e Néftis encontram-se ajoelhadas em sinal de amparo.

FLORBELA ESPANCA,UMA ALMA INQUIETA EM BUSCA DO AMOR



Biografia

Mesmo antes de seu nascimento, a vida de Florbela Espanca já estava marcada pelo inesperado, pelo dramático, pelo incomum.
Seu pai, João Maria Espanca era casado com Maria Toscano. Como a mesma não pôde dar filhos ao marido, João Maria se valeu de uma antiga regra medieval, que diz que quando de um casamento não houver filhos, o marido tem o direito de ter os mesmos com outra mulher de sua escolha. Assim, no dia 8 de dezembro de 1894 nasce Flor Bela Lobo, filha de Antónia da Conceição Lobo. João Maria ainda teve mais um filho com Antónia, Apeles. Mais tarde, Antónia abandona João Maria e os filhos passam a conviver com o pai e sua esposa, que os adotam.
Florbela entra para o curso primário em 1899, passando a assinar Flor d’Alma da Conceição Espanca. O pai de Florbela foi em 1900 um dos introdutores do cinematógrafo em Portugal. A mesma paixão pela fotografia o levará a abrir um estúdio em Évora, despertando na filha a mesma paixão e tomando-a como modelo favorita, razão pela qual a iconografia de Florbela, principalmente feita pelo pai, é bastante extensa.
Em 1903, aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Desde o início é muito clara sua precocidade e preferência a temas mais escusos e melancólicos.
Em 1908 Antônia Conceição, mãe de Florbela, falece. Florbela então ingressa no Liceu de Évora, onde permanece até 1912, fazendo com que a família se desloque para essa cidade. Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário, fato que não era visto com bons olhos pela sociedade e pelos professores do Liceu. No ano seguinte casa-se no dia de seus 19 anos com Alberto Moutinho, colega de estudos.
O casal mora em Redondo até 1915, quando regressa à Évora devido a dificuldades financeiras. Eles passam a morar na casa de João Maria Espanca. Sob o olhar complacente de Florbela ele convive abertamente com uma empregada, divorciando-se da esposa em 1921 para casar-se com Henriqueta de Almeida, a então empregada.
Voltando a Redondo em 1916, Florbela reúne uma seleção de sua produção poética de 1915 e inaugura o projeto Trocando Olhares, coletânea de 88 poemas e três contos. O caderno que deu origem ao projeto encontra-se na Biblioteca Nacional de Lisboa, contendo uma profusão de poemas, rabiscos e anotações que seriam mais tarde ponto de partida para duas antologias, onde os poemas já devidamente esclarecidos e emendados comporão o Livro de Mágoas e o Livro de Soror Saudade.
Regressando a Évora em 1917 a poetisa completa o 11º ano do Curso Complementar de Letras, e logo após ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Após um aborto involuntário, se muda para Quelfes, onde apresenta os primeiros sinais sérios de neurose. Seu casamento se desfaz pouco depois.
Em junho de 1919 sai o Livro de Mágoas, que apesar da poetisa não ser tão famosa faz bastante sucesso, esgotando-se rapidamente. No mesmo ano passa a viver com Antônio Guimarães, casando-se com ele em 1921. Logo depois Florbela passa a trabalhar em um novo projeto que a princípio se chamaria Livro do Nosso Amor ou Claustro de Quimeras. Por fim, torna-se oLivro de Soror Saudade, publicado em janeiro de 1923.
Após mais um aborto separa-se pela segunda vez, o que faz com que sua família deixe de falar com ela. Essa situação a abalou muito. O ex-marido abriu mais tarde em Lisboa uma agência, “Recortes”, que enviava para os respectivos autores qualquer nota ou artigo sobre ele. O espólio pessoal de Antônio Guimarães reúne o mais abundante material que foi publicado sobre Florbela, desde 1945 até 1981, ano do falecimento do ex-marido. Ao todo são 133 recortes.
Em 1925 Florbela casa-se com Mário Lage no civil e no religioso e passa a morar com ele, inicialmente em Esmoriz e depois na casa dos pais de Lage em Matosinhos, no Porto.
Passa a colaborar no D. Nuno em Vila Viçosa, no ano de 1927, com os poemas que comporão o Charneca em Flor. Em carta ao diretor do D. Nuno fala da conclusão de Charneca em Flor, e fala também da preparação de um livro de contos, provavelmente O Dominó Preto.
No mesmo ano Apeles, irmão de Florbela, falece em um trágico acidente, fato esse que abalou demais a poetisa. Ela aferra-se à produção de As Máscaras do Destino, dedicando ao irmão. Mas então Florbela nunca mais será a mesma, sua doença se agrava bastante após o ocorrido
Começa a escrever seu Diário de Último Ano em 1930. Passa a colaborar nas revistas Portugal Feminino e Civilização, trava também conhecimento com Guido Batelli, que se oferece para publicar Charneca em Flor. Florbela então revê em Matosinhos as provas do livro, depois de tentar o suicídio, período em que a neurose se agrava e é diagnosticado um edema pulmonar.
Em dois de dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: “… e não haver gestos novos nem palavras novas.” Às duas horas do dia 8 de dezembro – no dia do seu aniversário Florbela D’Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo dois frascos de Veronal. Algumas décadas depois seus restos mortais são transportados para Vila Viçosa, “… a terra alentejana a que entranhadamente quero.
Fanatismo 

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

UM POUQUINHO DE FLORBELA

Mesmo antes de seu nascimento, a vida de Florbela Espanca já estava marcada pelo inesperado, pelo dramático, pelo incomum. Seu pai, João Maria Espanca era casado com Maria Toscano. Como a mesma não pôde dar filhos ao marido, João Maria se valeu de uma antiga regra medieval, que diz que quando de um casamento não houver filhos, o marido tem o direito de ter os mesmos com outra mulher de sua escolha. Assim, no dia 8 de dezembro de 1894 nasce Flor Bela Lobo, filha de Antónia da Conceição Lobo. João Maria ainda teve mais um filho com Antónia, Apeles. Mais tarde, Antónia abandona João Maria e os filhos passam a conviver com o pai e sua esposa, que os adotam. Florbela entra para o curso primário em 1899, passando a assinar Flor d’Alma da Conceição Espanca. O pai de Florbela foi em 1900 um dos introdutores do cinematógrafo em Portugal. A mesma paixão pela fotografia o levará a abrir um estúdio em Évora, despertando na filha a mesma paixão e tomando-a como modelo favorita, razão pela qual a iconografia de Florbela, principalmente feita pelo pai, é bastante extensa. Em 1903, aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Desde o início é muito clara sua precocidade e preferência a temas mais escusos e melancólicos. Em 1908 Antônia Conceição, mãe de Florbela, falece. Florbela então ingressa no Liceu de Évora, onde permanece até 1912, fazendo com que a família se desloque para essa cidade. Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário, fato que não era visto com bons olhos pela sociedade e pelos professores do Liceu. No ano seguinte casa-se no dia de seus 19 anos com Alberto Moutinho, colega de estudos. O casal mora em Redondo até 1915, quando regressa à Évora devido a dificuldades financeiras. Eles passam a morar na casa de João Maria Espanca. Sob o olhar complacente de Florbela ele convive abertamente com uma empregada, divorciando-se da esposa em 1921 para casar-se com Henriqueta de Almeida, a então empregada. Voltando a Redondo em 1916, Florbela reúne uma seleção de sua produção poética de 1915 e inaugura o projeto Trocando Olhares, coletânea de 88 poemas e três contos. O caderno que deu origem ao projeto encontra-se na Biblioteca Nacional de Lisboa, contendo uma profusão de poemas, rabiscos e anotações que seriam mais tarde ponto de partida para duas antologias, onde os poemas já devidamente esclarecidos e emendados comporão o Livro de Mágoas e o Livro de Soror Saudade. Regressando a Évora em 1917 a poetisa completa o 11º ano do Curso Complementar de Letras, e logo após ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Após um aborto involuntário, se muda para Quelfes, onde apresenta os primeiros sinais sérios de neurose. Seu casamento se desfaz pouco depois. Em junho de 1919 sai o Livro de Mágoas, que apesar da poetisa não ser tão famosa faz bastante sucesso, esgotando-se rapidamente. No mesmo ano passa a viver com Antônio Guimarães, casando-se com ele em 1921. Logo depois Florbela passa a trabalhar em um novo projeto que a princípio se chamaria Livro do Nosso Amor ou Claustro de Quimeras. Por fim, torna-se o Livro de Soror Saudade, publicado em janeiro de 1923. Após mais um aborto separa-se pela segunda vez, o que faz com que sua família deixe de falar com ela. Essa situação a abalou muito. O ex-marido abriu mais tarde em Lisboa uma agência, “Recortes”, que enviava para os respectivos autores qualquer nota ou artigo sobre ele. O espólio pessoal de Antônio Guimarães reúne o mais abundante material que foi publicado sobre Florbela, desde 1945 até 1981, ano do falecimento do ex-marido. Ao todo são 133 recortes. Em 1925 Florbela casa-se com Mário Lage no civil e no religioso e passa a morar com ele, inicialmente em Esmoriz e depois na casa dos pais de Lage em Matosinhos, no Porto. Passa a colaborar no D. Nuno em Vila Viçosa, no ano de 1927, com os poemas que comporão o Charneca em Flor. Em carta ao diretor do D. Nuno fala da conclusão de Charneca em Flor, e fala também da preparação de um livro de contos, provavelmente O Dominó Preto. No mesmo ano Apeles, irmão de Florbela, falece em um trágico acidente, fato esse que abalou demais a poetisa. Ela aferra-se à produção de As Máscaras do Destino, dedicando ao irmão. Mas então Florbela nunca mais será a mesma, sua doença se agrava bastante após o ocorrido. Começa a escrever seu Diário de Último Ano em 1930. Passa a colaborar nas revistas Portugal Feminino e Civilização, trava também conhecimento com Guido Batelli, que se oferece para publicar Charneca em Flor. Florbela então revê em Matosinhos as provas do livro, depois de tentar o suicídio, período em que a neurose se agrava e é diagnosticado um edema pulmonar. Em dois de dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: “… e não haver gestos novos nem palavras novas.” Às duas horas do dia 8 de dezembro – no dia do seu aniversário Florbela D’Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo dois frascos de Veronal. Algumas décadas depois seus restos mortais são transportados para Vila Viçosa, “… a terra alentejana a que entranhadamente quero”.

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