Atualmente a mulher quando entra na menopausa se considera vencida, inapta, uma entrada na velhice. No passado dava-se o inverso, isso era evento a ser comemorado como o primeiro passo dado na entrada do mundo da sabedoria. Por isso havia em muitas culturas um ritual apropriado, “Rito de Passagem para a era da Sabedoria” – RPS – direcionado ao despertar de potencialidades latentes para a nova etapa vital.
Num ritual de passagem é muito enfatizado o lado energético e psíquico da pessoa. É um meio de ativação do poder latente que existe no ser, uma forma de despertar qualidades, muitas vezes, não suspeitadas.
É muito importante que os principais estágios da vida sejam claramente assinalados, principalmente no tempo que vivemos. Hoje a mulher pela pressão da opinião alheia, pelos interesses comerciais ligados a tratamentos hormonais, e pela desinformação, vivencia angustias atribuídas à menopausa; a ignorância sobre o seu significado tem sido a principal causa da menopausa ser considerada um terrível pesadelo, o terror da mulher de meia idade. Ela acredita estar prestes a perder sua atratividade como mulher, a não mais ser desejada, sem o brilho da juventude. Na verdade é ridículo uma jovem querer se passa por madura, e assim também o inverso. Cada coisa há seu tempo; as manifestações da vida não devem ser aceleradas e nem retardada.
Todos os principais estágios da vida: menarca, menstruação, gestação, maternidade, e menopausa precisam ser claramente marcados, para o despertar do lado oculto que cada uma dessas fases encerra. Isso faz com que rituais adequados devem ser praticados.
Fazer rituais de passagem é um caminho para fortalecer a ligação da pessoa com “Teia da Vida”. Atualmente precisamos mais do que nunca desses rituais, mais ainda do que os nossas ancestrais, por causa do desconhecimento generalizado de conhecimentos ligados à integração do ser com a natureza. Um Ritual de Passagem é a forma mais segura reintegração da pessoa com o a natureza que sempre existiu no passado e da qual ela faz parte. Isso atinge fortemente a mulher que, ou por quase nada conhecer de seu organismo, ou por conhecer apenas aquilo que é citado pela ciência se vem se divorciando cada vez mais de sua própria natureza.
A desconexão da mulher com a natureza faz com que ela venha perdendo toda a magia, beleza, poder e sabedoria inerentes à menstruação, à gravidez, ao nascimento, e à menopausa. Conhecimentos que foram perdidos e negligenciados no mundo atual e que hoje não faz mais parte da maneira de viver.
A menopausa pode e deve ser experimentada como um dos momentos mais emocionantes da vida feminina, por isso no passado em inúmeras sociedades era usualmente celebrado para assinalar a entrada na fase da sabedoria. Hoje somente em comunidades nativas o ritual de passagem da menopausa ainda é praticado.
Sibila é o nome dado às mais celebres profetisas da Antiga Pérsia, Líbia e especialmente Grécia. Foi na Antiga Grécia onde mais floresceram as pitonisas, sendo a mais famosa de todas a Pitonisa de Cumes. Para a prática da arte adivinhatória era mais requerido à mulher, pois só elas trazem consigo os mistérios do sangue menstrual, da gravidez e do parto, maior quantidade de energia sutil. Na verdade existiram pitonisas de varias idades, mas as mais famosas foram as mais idosas. O poder de uma pitonisa aumentava com o tempo. Isso ainda é falido atualmente, indagamos qual a preferia uma vidente, cartomante ou similares jovem ou idosa? Na verdade se põe mais fé na idosa, e não é sem razão, pois ela tem os dois níveis de maior poder: menstruação e climatério.
A todo processo mágico está inerente um poder que pode ser despertado ou incrementado por rituais especiais, daí a necessidade de certos rituais especiais para determinadas situações ou fase da vida.
Fazer rituais de passagem é um caminho para fortalecer a crença na ligação do ser com a “Teia da Vida” Atualmente precisamos mais do que nunca desses rituais, mais ainda do que os nossas ancestrais, por causa de conhecimentos parciais sobre as condições da vida que afasta o ser humano da mãe natureza. O ser humano de hoje é um filho pródigo da Mãe Natureza. Isso atinge fortemente a mulher que só conhece o aspecto estudado pela ciência oficial ignorando totalmente o lado oculto do seu organismo que não é mencionado pela ciência. Assim ela perdeu toda a magia, beleza, poder, e sabedoria inerente ao orgasmo, à menstruação, à gestação, ao nascimento, e à menopausa. Conhecimentos fundamentalmente importantes que foram perdidos e negligenciados no mundo atual.
A entrada na menopausa deve ser tida como um dos momentos mais emocionantes da vida da mulher. Na menopausa ela não terá que sangrar, nutrir a terra com seu sangue; não necessita compartilhar do seu corpo para ajudar a criar uma vida nova. Os ciclos básicos da vida permanecem os mesmos séculos a fio, mas os medos, as dúvidas, as doenças, o desânimo, a depressão aumenta com a idade tudo isso acaba por se manifestar se não foram descartados, e a mulher, mais que o homem conta para isso com a menstruação.
A menopausa é uma fase em que muitas mulheres vivenciam a como crise, assim como o parto, o casamento e a menarca. Muitas sociedades assinalam essas etapas com rituais, são os chamados Ritos de Passagem, e que marcam a ruptura de uma fase para o surgimento de outra. Acontece que se pode sair de uma dessas crises ou bem fortalecido, ou muito traumatizado. Isso mostra á mulher que a ela resta escolher o caminho a ser iniciado, a ser percorrido; na menopausa, o caminho da depressão ou o da sabedoria.
Se a mulher durante sua vida se preparou para o climatério, ela inicia essa fase como detentora de grande poder pessoal e sabedoria. Se não se preparou, nem tudo está perdido, pois ela pode de certo modo compensar. O pior é se sentir sem finalidade, por isso ela deve procurar se encontrar com alguma coisa produtiva.
O Climatério é a época mais indicada para o exercício de alguma atividade que antes não foi possível por muitas razões. Pode ser estudar, exercer alguma arte, escrever, orientar pessoas, e inúmeras outras atividades inerentes aos mais diversos tipos de atividades. Chegou o momento para ela aprender tudo isso que estamos falando, se encontrar na menopausa com aquilo que perdeu no período fértil, partir para se integrar e cumprir alguma de suas grandes finalidades. Agindo assim ela não entra em depressão, se sente útil, sai da minusvalia, renova o seu amor próprio, supera a baixa de sua auto-estima. O ideal é se integrar a um grupo de mulheres que pratiquem rituais especiais, tal como acontecia na Civilização Céltica e ainda hoje usado em grupos isolados.
As injunções no mundo atual levam as pessoas a um afastamento do lado natural da existência. Tudo isso contribui para que as pessoas hoje vivam uma sensação de separação, de isolamento, a par de um sentimento de que deve existir um sentido maior da vida. Resposta para isso pode ser encontrada em algumas doutrinas e despertadas as soluções em rituais.
Transcrevemos o que escreveu Luciana Bugni no jornal Diário de Grande ABC:
“Os rituais podem trazer a consciência de que somos apenas um microcosmos, de que somos até algo maior, de que somos filhos da Terra, parte de uma terra viva, de um organismo. Somos parte desse organismo e temos que interagir com as outras partes”. “Praticar festivais permite, ao buscador, compreender melhor a linguagem do inconsciente, uma comunicação no nível mais profundo de seu próprio ser. O festival cria uma atmosfera sagrada que nos faz ir além do racional e nos modificarmos profundamente através do amor e da gratidão, possibilitando a obtenção de resultados além do esperado”.
Num organismo uma parte está mais integrada com outras, assim também na natureza. A mulher está mais integrada com a terra no que diz respeito à geração. A terra é a “mãe” provedora de toda vida, tal como a mulher. A Mãe Natureza sempre está mostrando por meio de exemplos vivenciais, o que a mulher deve fazer. Os rituais de passagem femininos servem para lembrar isso, o real sentido do papel que a mulher deve exercer, os poderes que ela tem. Mais que lembrar duas capacidades, serve para despertar poderes latentes. A pessoa no ritual de passagem pode sentir o seu lado divino, o lado sagrado das coisas; perceber novas dimensões, perceber o sentido que estiver faltando em sua vida.
A menopausa simbolicamente está relacionada com a “Deusa Anciã” cultuada sob diversos aspectos em muitas culturas. A “Deusa Anciã” representa a mulher sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, o ocaso, a terra. Para muitos povos que ela simbolizava a Senhora da Morte (A ceifadora) aquela cuja ação é preciso para dar continuidade ao ciclo existencial. Se para uns ela representa a “ceifeira”, a senhora da morte, o outro, como polaridade oposta representa o renascimento, o elo entre duas vidas. Na menopausa ela simboliza a morte da mulher fértil e o nascimento da mulher sábia e poderosa.
Esse título de “Ceifeira” sempre foi evitado ser citado, isso porque tudo o que diz respeito à morte, as pessoas repudiam. Mas não é justo essa aversão, pois o que seria de nós se não existisse a morte? Sem ela não poderíamos renascer, recomeçar para corrigir. Devemos compreender que não podemos ser a única coisa no universos, a não participar do processo da vida – morte – renascimento. Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, e da colheita, para que haja novo plantio.
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