PENSAMENTOS, DEVANEIOS E INQUIETAÇÕES

CRÔNICAS DO COTIDIANO, DO PONTO DE VISTA FEMININO,ARTÍSTICO, FILOSÓFICO, EMOCIONAL E SOCIOLÓGICO.

QUEM SOU EU...

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São Paulo, SP, Brazil
SOCIÓLOGA,HISTORIADORA, EDUCADORA E ARTISTA PLÁSTICA. Sou buscadora e curiosa por natureza. Sou bruxa, sem poções e crendices infundadas, observo e me integro à terra e aos seus movimentos. Amo a vida, os animais, plantas e a natureza. Solitária por vocação, pois nela busco forças e encontro repouso. Avessa aos ritos impostos e às convenções sociais, procuro a minha verdade. Sou arisca e desprezo dogmas, eles são a perdição da humanidade. Sou humana e falível. Busco o melhor de cada crença. deletando as manipulações. Amo o silêncio, a força da natureza e o equilíbrio cósmico, acho que sou inqualificável... Sou real e palpável, mas também sei ser etérea e indecifrável, se me convier. Amo o conhecimento, o mistério, as brumas da sensibilidade. Se quiser me conhecer melhor, siga-me...

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Sintam se à vontade nesse pequeno espaço onde compartilho minhas idéias, pensamentos, denuncio injustiças, lanço questionamentos, principalmente em relação ao universo feminino e toda a sua complexidade.
Minhas postagens são resultados de pesquisas na internet, caso houver algum artigo sem os devidos crédito, por favor me notifiquem para que eu possa corrigir uma eventual falta.
Obrigada por sua visita.

02 novembro, 2010

ELEANOR ROOSEVELT


De patinho feio a ativista


Eleanor Roosevelt, a mais amada primeira-dama americana

(agosto 2006)     Antes do conceito de “politicamente correto” vigorar nos Estados Unidos, o que viria a acontecer na década de 70, Anna Eleanor Roosevelt (1894-1962), mulher do presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1892-1945), compreendeu que poderia utilizar o seu status de Primeira Dama para influenciar e mudar o mundo em que vivia. Tímida e introverdida para uso externo mas conscientizada, engajada, articulada e plena de compaixão pelos semelhantes, dedicou a vida a lutar pela igualdade dos direitos humanos. Desprezada pelo marido - que se apaixonou pela secretária particular Lucy Mercer - esta mulher de coração gentil encontrou realização plena quando encontrou Lorena Hickok, uma badaladíssima jornalista, designada pela Associated Press para cobrir a eleição presidencial de 1932. Síndrome do Patinho Feio
Nascida em 11/10/1884, em uma das mais abastadas e importantes famílias americanas, sobrinha do também presidente Theodore Roosevelt, era rejeitada pela glamurosa mãe socialite, que a chamava ironicamente de “vovó” pela falta de atrativos e seriedade (como se isso tivesse alguma importância para medir a estatura moral e os dotes humanos de alguém). Órfã desta mãe aos 8 anos, buscou compensação afetiva na figura alcóolatra e irresponsável do pai, que também perdeu anos depois, passando a ser criada pela avó materna. Uma boa parte de sua infância foi dedicada a atrair a atenção das tias, irmãs da falecida mãe, igualmente lindas e fúteis. Certamente, veio desta infância infeliz a futura simpatia pelas causas dos esquecidos e dos solitários. Aos 15 anos, “vovó” foi enviada para Allenswood, escola para moças refinadas a treze quilômetros do centro de Londres. Orientada pela diretora Marie Souvestre - discípula dos positivistas ingleses e livre pensadora, atéia, amiga de Beatrice Webb-economista socialista inglesa - Eleanor recuperou a autoconfiança a tal ponto que seu sofisticado primo Franklin começou a se apaixonar por ela e um compromisso secreto foi firmado no final de 1903. O primo advogado se tornou marido, governador do Estado de Nova York e depois Presidente dos Estados Unidos, durante dez anos.
 Assumiu o país depois da Grande Depressão, criou o New Deal, programa que distribuía empregos, pressionava bancos e manipulava o ouro para controlar o câmbio. Com Eleanor sempre ao lado, teve poliomielite e governou o país em cadeira de rodas. Morreu ainda no cargo e deixou os Estados Unidos com a imagem de maior potência mundial, depois da vitória contra a Alemanha nazista. A Sogra
Se a origem da palavra sogra é controvertida e a figura no imaginário é a pior possível (também sou sogra e peço ummaleime a meus ex-genros e atuais por eventual  falha), Dona Sara Delano Roosevelt era emblemática. Desde a morte do marido virou mãe obsessiva, ciumenta e chegou a mandar Franklin a um cruzeiro no Caribe com amigos e pedir ao embaixador do país em Londres um posto diplomático para afastar a “maléfica” Eleanor da área. Em vão. Conta Joseph Lash, em seu ”Eleanor e Franklin”, de 1971, que o noivo talvez precisasse de “avózice” para esmagar tanto amor materno e o casamento aconteceu em 17 de março de 1905.

Dos seis filhos, 5 sobreviveram.  Nos dez anos quase consecutivos de gestações, Eleanor teve que desistir de suas atividades de assistência social. Dizia a sogra que o contato com pobres poderia causar “doenças proletárias na família”. Também vivia às custas da Mama (como passou a chamar a sogra/prima distante). Os Roosevelts receberam os reis da Inglaterra em 1939 não na residência oficial, mas na casa da Mama. Para que vocês tenham idéia do capricho da matriarca, meus leitores, o Rei, se quisesse ir ao banheiro à noite, precisaria passar pelo quarto do 1º Ministro. Duas residências geminadas uniam sogra, nora e netos. Assim como a casa de férias em Campobelo (Maine) era administrada pela mão de ferro de Dona Sara. Quando eclodiu a guerra de 1914, não havia mais desculpas para ficar em casa e Eleanor tornou-se organizadora e provedora do bem estar e comodidades para os soldados americanos. Em 1918, durante uma pneumonia do marido, Eleanor ficou sabendo do relacionamento de Roosevelt com sua secretária e amiga Lucy Mercer. O casamento se transformou numa “sociedade política”, já que Eleanor não pediu divórcio, pensando nas repercussões políticas e nas consequências na vida familiar. Sara Delano Roosevelt morreu em 1941. Lorena
Em junho de 1932, Lorena Hickok cobria a campanha presidencial para a Associated Press quando conheceu a futura primeira-dama. Depois da eleição, as duas mulheres começaram a correspondência que veio à luz em 1978, quando arquivistas da biblioteca de Franklin D. Roosevelt acharam 18 caixas contendo centenas de cartas trocadas durante o relacionamento amoroso de trinta anos. Quando se mudou para a Casa Branca, Eleanor instalou Lorena num quarto próximo ao seu(foto-capa do livro contendo parte da correspondência)

. No verão de 1933, viajaram incógnitas durante 3 semanas pelo interior dos Estados Unidos e chegaram a pensar seriamente em compartilhar um espaço. Com a ajuda e aprovação de Lorena, Eleanor ganhou confiança para transformar-se em uma força política ativa. Esta relação ao mesmo tempo romântica e apaixonada durou até a morte de Eleanor e sempre foi censurada. Fotógrafos da Casa Branca eram encarregados de apagar a figura de Lorena (1893-1968) nos negativos e, quando não era possível, ela aparecia sem identificação. A irmã de Lorena, Ruby, leu as cartas originais do primeiro ano de relacionamento e queimou-as na lareira dizendo que o assunto, pessoal, não era da conta de ninguém.A era do engajamento
Levada pelo ideal, Eleanor Roosevelt foi professora numa escola que ela mesmo criara para jovens carentes. Gerente de uma fábrica que montou para os desempregados, lutou pela igualdade de direitos civis num momento em que este assunto não estava na pauta. O presidente Truman, ciente de seu talento e expertise, a nomeou presidente da Comissão das Nações Unidas, encarregada de elaborar o texto da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1947. Sob sua tutela humanitária, no dia 10 de dezembro de 1948, foi adotada a Declaração Universal, sem nenhum voto contrário. Neste documento, um dos mais importantes de todos os tempos, base das Constituições de sessenta países, estão escritas as palavras que, até hoje, tanto desejamos que se tornem realidade: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Na Segunda Guerra Mundial, voou dezenas de milhares de milhas para levar carinho aos soldados americanos e, ao convencer o marido a se envolver, ajudou muitos judeus a fugir da perseguição de Hitler. Eleanor Roosevelt, a mais amada primeira-dama, abraçou causas que motivam os ativistas de hoje: direitos das mulheres, direitos civis para os afro-americanos e direitos humanos internacionais. Foi chamada de “a consciência da administração Roosevelt e a face humana do New Deal”.

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