Tentando alegrias, colhendo frusrtações, sempre na esperança de dias melhores, mas como?
Nascendo na casa triste, que guarda em suas paredes, resquícios de mágoas e lágrimas.
A casa é grande, velha, tem história, tem ranço de mágoa e honra a tradição.
Fazer o quê?
Se morar na casa triste, entristece a vida, as cores se esmaecem, as alegrias se dissipam, cria vinco no canto da boca, as palpebras caem lentamente, quem sabe, para taparem um pouco o horror da vida, os desencantos do amor...
os poros se dilatam, talvez cansados da tonicidade da juventude, que a todo custo busca a felicidade.
Até o sono é leve, nada reparador, intercalado pelo fogo do climatério, insano, talvez a memória coletiva da santa inquisição, daí pra tristeza, é só questão de tempo...
As unhas lascam, o cabelo vem arrepiado, se cortado, não mantém o corte, se longo, é quebrado e opaco, cabelo cansado, sem brilho, triste....
A casa tem escadas, mil vezes pisadas por gente que já se foi, e por outras que não voltarão, poucas ainda hão de chegar...
O jardim é patético, de um verde mortiço, uma grama chimfrim, algumas plantas ressequidas, embora regadas, tristes de dar dó....
A calha é um mistério, não há conserto que dê jeito
O silêncio é desconcertante e um dia é igual ao outro, triste....
A casa foi reformada, pintada, limpa, mas não se consegue remover a tristeza, ai de quem viver lá por toda vida, terá uma existência medíocre, invisível, desprovida de emoções e felicidade, é a força da casa...
A caixa de correio já não recebe cartas, só as contas mensais e as cobranças frias e impessoais.
A escada sempre foi feia,, qdo chove ela se transforma numa cachoeira de folhas e águas furiosas, que molham sem cerimonia os sapatos e a roupa, criando um mal-estar danado.
As telhas, velhase desalinhadas, permitem a infiltração e um sopro bruxuleante de vento, que o dono teima em consertar, mas como é velho....
Assim termina mais um dia, triste, chatinho mesmo, como aquele pó, bem fininho que não se consigue remover, e não dá pra limpar como se deve, triste mesmo.
Ai de quem morar nessa casa, longe da alegria, longe da felicidade e longe da vida.
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